A transferência de embriões é o último passo do processo de fertilização in vitro (FIV), após a fecundação dos óvulos. A fecundação in vitro inclui várias etapas, incluindo a estimulação ovárica, a recolha de espermatozoides e de óvulos, a fecundação dos óvulos e, por fim, a transferência dos embriões. Com a transferência dos embriões é possível que surjam alguns sintomas após FIV que podem ser sugestivos de uma gravidez bem sucedida, mas que, por outro lado, podem levantar algumas dúvidas ou preocupações.
Todo o processo de fertilização in vitro implica alterações não só a nível físico, mas também a nível emocional. Cada mulher pode reagir de forma diferente, com diferentes sintomas e, por vezes, pode ser totalmente assintomática. Cada caso é único e cada organismo reage de forma diferente. No entanto, existem alguns sintomas considerados comuns, tais como cólicas, fadiga, seios inchados e sensíveis e pequenas perdas de sangue.
Sintomas após a transferência de embriões
A partir do momento em que é realizada a transferência embrionária, existe uma janela de até 14 dias até que seja possível confirmar uma gravidez bem sucedida. Esta confirmação é conseguida através da realização de um exame de sangue beta HCG. Durante este período é provável que possam surgir alguns sintomas.
Os sintomas após FIV acontecem devido à nidação, que marca o momento da implantação e o início da subsequente gestação. A nidação ocorre alguns dias após a transferência de embriões e é o resultado de uma interação adequada entre um embrião e o endométrio. A transferência embrionária dá origem a uma nidação equivalente àquela gerada por uma gravidez natural, como tal, os sintomas sentidos são muitas vezes os mesmos de um início de gravidez sem recurso a fertilização in vitro. No entanto, os sintomas podem não necessariamente significar que a gravidez foi bem conseguida, da mesma forma que não significam que existiu qualquer complicação após a transferência embrionária.
Cólicas ou dor abdominal
Para que possa existir uma gravidez, é necessário que ocorra a implantação, o que implica que o embrião conseguiu penetrar de forma profunda no endométrio. Esta penetração provoca uma sensação de desconforto e sensação de inchaço na região abdominal, por vezes associada a cólicas.
Adicionalmente, durante o tratamento de preparação para a realização da fertilização in vitro, a medicação utilizada tem um forte impacto hormonal que pode também levar ao aparecimento de cólicas, mesmo após a realização da transferência embrionária, pois, em muitos casos, a transferência de embriões ocorre poucos dias após a recolha dos óvulos. Nesta fase, é normal que a mulher sinta ainda desconforto abdominal devido ao estímulo e procedimento recente nos ovários.
Perda de sangue
Outro sintoma frequente após a transferência de embriões é o surgimento de sangramento vaginal em pequenas quantidades, geralmente com aspeto acastanhado e espesso. Esta perda de sangue acontece porque a implantação do embrião provoca a rotura de vasos sanguíneos de forma a permitir que se forme a vascularização adequada para o desenvolvimento do embrião.
Em alguns casos, este sangramento também ocorre devido à manipulação do útero e do colo uterino durante a transferência embrionária, bem como devido às alterações hormonais.
Náuseas e tonturas
As náuseas e enjoos são, provavelmente, os sintomas mais associados à gravidez. Estes sintomas são uma reação do corpo ao aumento da hormona Beta HCG. Por outro lado, as mulheres também sentem tonturas com alguma frequência. Este sintoma surge devido à dilatação dos vasos sanguíneos que provoca quedas de pressão arterial. Muitas vezes, as náuseas e tonturas também são resultado das alterações hormonais devido à preparação medicamentosa e ao processo de transferência embrionária.
Seios sensíveis
Os seios são muito reativos a alterações hormonais. As alterações no volume e sensibilidade dos seios são comuns e decorrem, normalmente, das alterações hormonais provocadas pela preparação para a fecundação in vitro e pela nidação. Numa fase posterior, a ação de hormonas estimula as glândulas mamárias para preparar a mulher para uma possível amamentação.
Fadiga e sonolência
A sensação de fadiga no início da gestação é um sintoma comum de uma gravidez bem-sucedida. Também é comum que a mulher sinta maior sonolência devido às alterações hormonais, principalmente devido ao aumento da progesterona. Em preparação para a transferência embrionária, o tratamento realizado recorre a progesterona para preparar o endométrio para a implantação. Como esta hormona é introduzida no organismo frequentemente em doses elevadas, é normal que a mulher sinta um aumento repentino dos níveis de cansaço.
Gravidez após a transferência de embriões
Quando é realizado um tratamento de FIV, a mulher tem de aguardar entre 9 a 14 dias após a transferência de embriões para poder confirmar se a gravidez foi bem conseguida. O número de dias de espera depende do estágio de desenvolvimento do embrião no momento da transferência. Para saber se está grávida, a mulher tem de realizar um teste de gravidez sanguíneo (BhCG quantitativo). Este teste é o único método capaz de diferenciar se os sintomas que a mulher possa estar a sentir são resultado do início de uma gestação ou se são provocados por outros fatores, como o efeito da medicação.
Existem vários sintomas após FIV que podem ser percebidos entre o momento da transferência de embriões e o dia do teste de gravidez. No entanto, a presença ou a ausência destes sintomas não é definitiva para perceber se existe ou não gravidez. Por um lado, a mulher pode estar grávida, mas ser completamente assintomática. Quando existem sintomas, não é possível aferir a evolução embrionária, pois os sintomas podem estar associados ao início de uma gravidez ou ser consequência da medicação hormonal tomada até à altura da transferência embrionária. Os medicamentos usados na preparação para a FIV são, normalmente, medicamentos injetáveis para fertilidade, que ajudam a estimular uma série de folículos com ovos a crescerem nos ovários. Esta medicação tem como efeitos colaterais mudanças de humor, aumento de fadiga, náuseas e, por vezes, vómitos, sensibilidade nos seios e aumento da secreção vaginal.
Como tal, o acompanhamento médico é essencial, e a confirmação é obtida através da realização do exame de sangue beta HCG (BhCG quantitativo).
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