O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) aprovou o primeiro projeto de investigação com recurso a embriões humanos. Trata-se de uma investigação da responsabilidade IVI Lisboa e a Fundação IVI. O objetivo é estudar o processo de implantação embrionária. Que é justamente a parte dos tratamentos de infertilidade com menos probabilidades de sucesso.
Estudo IVI aprovado
Segundo o CNPMA, este projeto foi autorizado pela experiência consolidada do IVI Lisboa e da Fundação IVI. Pelos resultados dos trabalhos desenvolvidos, quer na sua componente nacional quer a nível internacional. E pela credibilidade que merecem os curricula científicos dos vários investigadores requerentes. Existiram dois pedidos de autorização, anteriores a este, submetidos por outras clínicas de PMA.
Destino dos embriões humanos
A legislação portuguesa permite que os embriões excedentários e sem projeto parental imediato se mantenham criopreservados durante três anos. Findo este tempo é possível prorrogar por mais três anos a sua criopreservação, e adiar a decisão do destino a dar aos embriões.
E depois quais são os destinos possíveis? doar para investigação científica, doar para outros casais, também eles com problemas de infertilidade ou destruir.
Objetivos da investigação
Segundo o Dr. Sérgio Soares, diretor da clínica IVI Lisboa, objetivo desta investigação é “entender mais a fundo como se dá o processo de implantação embrionária. Isso é importantíssimo, tanto para podermos saber mais sobre o que ocorre na gravidez espontânea, como para entender o que ocorre nos tratamentos de procriação medicamente assistida”, disse.
Segundo este especialista, “a implantação embrionária é o passo com mais baixo rendimento entre os vividos durante um tratamento de Fertilização In Vitro. Compreender esses processos é ganhar capacidade diagnóstica e terapêutica”.
Para esta investigação deverão ser utilizados cerca de 250 embriões doados à investigação.
Sobre o facto de esta ser a primeira investigação com embriões humanos a avançar em Portugal, o médico considera-o “uma circunstância muito positiva”. “Não imagino destino mais nobre para os embriões não considerados para um projeto parental do que a sua utilização em estudos como este, que têm, em última instância, o objetivo de promover a saúde reprodutiva”, disse.
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