O IVI Lisboa mostra através de estudos publicados que fumar durante a gravidez prejudica gravemente a saúde do bebé e pode chegar a causar infertilidade na sua etapa adulta. Esta é uma das principais conclusões, do estudo “The impact of cigarette smoking on the health of descendants” publicado no Expert Review of Obstetrics & Gynecology, entre outros, pelo diretor do IVI Lisboa – Sérgio Soares.
O artigo aborda o impacto dos pais que fumam na saúde dos filhos e mostra que a exposição pré-natal ao tabaco está associada a um aumento da incidência de má formação no feto, obesidade, hiperatividade e transtornos de comportamento.
A mãe fumadora durante a gravidez influi negativamente na saúde dos filhos a longo prazo, “e pode provocar no caso dos rapazes a redução da concentração do esperma de 20-48% em comparação com os não expostos, e uma reserva limitada de ovócitos e subfecundidade no caso das raparigas”, explica Sérgio Soares.
O pai fumador, mesmo somente no período pré-concecional, contribui para uma maior incidência de cancro na descendência. “Acredita-se que tal facto se deva a que as mutações do esperma possam ser transmitidas ao feto de modo permanente, passando a fazer parte da composição genética da futura geração. Portanto, as consequências do hábito de fumar estendem-se além do fumador, aos seus descendentes não fumadores e de modo grave”, esclarece o diretor do IVI Lisboa, que enfatiza a necessidade de se fazerem mais estudos nesta área.
O IVI Lisboa relembra às mulheres grávidas e aos casais em idade reprodutiva que o tabagismo tem consequências para a descendência que vão além dos efeitos a curto prazo da deterioração da função da placenta.
Impacto do tabaco na fertilidade do casal
Segundo dados do grupo IVI, o consumo de tabaco, tanto no homem como na mulher, pode causar problemas de fertilidade. No caso das mulheres aumenta 60% o risco de infertilidade e as que recorrerem a tratamentos de procriação medicamente assistida diminuem 50% a sua probabilidade de gravidez. Segundo Sérgio Soares, diretor do IVI Lisboa, “o tabagismo reduz a probabilidade de sucesso na transferência de embriões de ótima qualidade, mesmo quando se trata de ovócitos doados por dadoras não fumadoras”.
As fumadoras passivas também têm pior rendimento reprodutivo, ainda que com menor expressão.
“Se pretende engravidar, o casal deve deixar de fumar. Hábitos como praticar exercício, fazer caminhadas, evitar o álcool e café substituem e ajudem a controlar a ansiedade da abstinência. Também é bom que o casal se apoie e defina estratégias conjuntas para superar o desafio de deixar de fumar. Esta cumplicidade é benéfica e necessária quando se pretende iniciar a caminhada de fazer crescer a família”, aconselha Sérgio Soares.
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