O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres (não considerando o cancro da pele). Em Portugal, anualmente são detetados cerca de 7.000 novos casos de cancro da mama, e 1.800 mulheres morrem com esta doença. Um diagnóstico, quase sempre inesperado, que abala o presente e qualquer projeto futuro.
“É um dos golpes mais duros que a vida nos pode dar, numa especialidade que, até há 15 anos atrás, pouco podia ajudar essas mulheres. Foi então que fomos pioneiros na técnica de vitrificação de ovócitos, que abriu um amplo leque de indicações no campo reprodutivo. E entre eles, um grupo de pacientes que se poderia beneficiar era o de mulheres jovens com diagnóstico de cancro, a maioria ainda sem filhos”, comenta o Dr. Javier Domingo, Coordenador do Programa gratuito de Preservação da Fertilidade para pacientes com cancro.
Cancro
Programa IVI: “Ser Mãe e Pai depois do cancro”
Assim, em 2007, o IVI lançou o programa “Ser Mãe depois do Cancro” e “Ser Pai depois do Cancro”. Uma esperança futura para mulheres e homens com uma luta pela frente e uma meta a que se agarrar. Desde então, mais de 1.400 mulheres com diagnóstico de cancro vitrificaram os seus ovócitos antes de se submeterem a um tratamento de quimioterapia ou radioterapia que poderia prejudicar a sua fertilidade. Uma ilusão e uma opção futura de ser mãe que lhes dá força e coragem para enfrentar e vencer esta batalha.
“A verdade é que não há melhor presente do que os 48 bebés nascidos devido ao nosso programa de Preservação do Cancro, aos quais serão acrescentados 3 que estão a caminho. Bebés muito desejados pelas mães, pelas famílias, um exemplo perfeito da coragem destas mulheres na luta contra o cancro”, acrescenta Dr. Domingo.
Uma inspiração: Fui mãe depois do cancro
Quando soube que o cancro era maligno, a Rute paciente do IVI Lisboa só pensou na cura. Ainda assim, marcou outra consulta para ter uma segunda opinião. O diagnóstico foi o mesmo, mas desta fez foi aconselhada a preservar os seus ovócitos. “Estava tão focada na doença que não pensei em acautelar o futuro e a maternidade, que estava nos meus planos. Este alerta foi muito importante e fazia todo o sentido.
Três anos após o cancro, iniciou o tratamento de fertilidade no IVI. Um embrião foi gerado a partir dos nove ovócitos que tinha conseguido preservar quando tinha 35 anos. Esse embrião é hoje o bebé que tem nos braços. “Quando olho para trás, tenho consciência que, se não fosse a segunda consulta para ter outra opinião, não tinha sabido que era possível realizar a preservação. E se assim não fosse, não seria mãe. Por isso quis partilhar a minha história, pois é importante contar a outras mulheres que há esperança”, sublinha.
Quem preserva a fertilidade no IVI:
De todos os cancros, salientamos que o cancro de mama é o tipo de cancro mais frequente entre as mulheres que solicitam técnicas de preservação da fertilidade e é responsável por aproximadamente 65% das preservações de cancro nas clínicas IVI.
São mulheres jovens, com idade média de 32,5 anos, com potencial reprodutivo significativo que, na maioria das vezes, será afetado pelos tratamentos oncológicos a que submetem. Esse perfil de pacientes com Preservação por motivos oncológicos é diferente do perfil das mulheres que preservam sua fertilidade por motivos sociais, que o fazem mais tarde, com o objetivo de adiar voluntariamente o momento de serem mães.
A todos, Rute envia uma mensagem de esperança, porque a preservação da fertilidade permitirá que em algum momento realizem o sonho de ter um filho: “Tudo vem. Embora às vezes leve muito tempo, vão conseguir alcançar. Devem ter essa esperança, porque senão tudo acaba.”
“É importante, não só este mês, quando se dá atenção especial ao cancro da mama, mas todos os dias do ano, no IVI apoiamos todas as mulheres que lidam com esta doença, oferecendo-lhes o que está nas nossas mãos: um futuro e uma esperança real de serem mães quando o cancro tiver tratado. Queremos que lutem pela vida em todas as suas vertentes e colocamos à disposição a nossa melhor tecnologia ”, conclui Dr. Domingo.
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