Novembro é o mês dedicado à saúde do homem, e o blog conversou com a Dra. Susana Alves, diretora do Laboratório de Andrologia IVI Lisboa, que destacou a importância de informar os homens sobre a preservação da fertilidade ao serem confrontados com doenças como o cancro. O tratamento pode impactar significativamente a capacidade reprodutiva masculina, especialmente em casos de cancro testicular, o mais comum entre os 15 e 35 anos.
A necessidade de informação na preservação da fertilidade:
A Dra. Susana Alves enfatiza a importância de informar os homens diagnosticados com cancro sobre as opções de preservação da fertilidade. Tratamentos como quimioterapia e radioterapia, bem como cirurgias, podem afetar negativamente a capacidade reprodutiva, tornando essencial abordar a preservação do sémen durante as consultas, pois muitos destes homem ainda não foram pais.
Criopreservação de sémen: Um passo simples com grandes Implicações:
Exploramos o processo de criopreservação do sémen, destacando sua simplicidade e a importância de incorporar essa etapa no planeamento do tratamento oncológico. A Dra. Susana Alves destaca a análise detalhada da qualidade e mobilidade dos espermatozoides e aconselha sobre a escolha da técnica de reprodução medicamente assistida após a recuperação.
A criopreservação do sémen é um processo muito simples e, atendendo ao facto de estes doentes serem maioritariamente jovens, esta possibilidade deve fazer parte do planeamento do tratamento oncológico. Idealmente, numa primeira consulta, após análise da idade, do prognóstico, da fertilidade prévia, etc., deve ser preservada uma primeira amostra de sémen. Esta primeira amostra é analisada para se conhecer em detalhe a qualidade e motilidade (capacidade de movimentação) dos espermatozoides.
Contudo, a Dra. Susana Alves, salienta se houver tempo, é aconselhável congelar mais uma amostra, com um intervalo de dois a cinco dias, embora em caso de urgência possa ser feito no dia seguinte à recolha da primeira amostra. Após a recuperação do doente, a escolha da técnica de reprodução medicamente assistida vai depender da quantidade e qualidade da amostra disponível. Acrescenta ainda que não há limitação de tempo na criopreservação (a quase -200º C) e que, uma vez descongelados, apresentam resultados semelhantes aos dos tratamentos de reprodução assistida realizados com amostras frescas.
Antes de concluir, importa dizer que a nível psicológico é muito positivo ter um objetivo vital no horizonte como o de tornar-se pai após o cancro. Sem dúvida, ajuda o homem que passa por este tipo de doenças a ter uma perspetiva de futuro com projetos emocionantes para realizar uma vez recuperado.
Se tiver dúvidas sobre este procedimento, deixe-nos o seu comentário, a Dra. Susana Alves irá responder.
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