‘O meu bebé milagre’. É uma forma comum das mães se referirem aos filhos que nascem de um tratamento no IVI. Além da ajuda da ciência, preservar a fertilidade, antes de fazer tratamento de quimioterapia, é também fruto da sensibilidade dos oncologistas que as acompanham.
Preservar fertilidade antes da quimioterapia
Muitas são as mulheres que concretizam o seu desejo de ser mães, apesar de terem lutado contra um cancro de mama. Embora no momento do diagnóstico o que prevaleça acima de tudo seja a sobrevivência, ainda há muitas situações em que os oncologistas se concentram apenas nesse objetivo e ignoram outros aspetos importantes da vida da mulher, como o desejo de ser mãe, algo que é abrutamente interrompido e posto em segundo plano.
É fundamental que, no momento traumático do diagnóstico, a mulher receba informações médicas que tenham em consideração diferentes aspetos da vida da mulher, entre eles, a vontade de ser mãe. A doente com cancro, além de ser informada, deve ser ouvida. O objetivo no IVI é que nenhuma mulher tenha de renunciar à maternidade por ter tido um cancro e por falta de informação.
Dúvidas frequentes antes de preservar a fertilidade
Um dos principais receios entre mulheres que foram recentemente diagnosticadas com cancro é como o tempo necessário para vitrificar os óvulos pode afetá-las e se estimulação ovárica pode ter implicações negativas no prognóstico da doença.
Dados publicados sobre o acompanhamento de doentes com cancro que fizeram estimulação ovárica para congelar óvulos, mostram taxas de sobrevivência semelhantes às que não o fizeram. A estimulação ovárica é um procedimento necessário para congelar os óvulos e não afeta a evolução do cancro. Com a medicação utilizada, os níveis de estrogênio atingidos são semelhantes aos observados num ciclo natural. A articulação com a oncologia permite controlar os tempos para que a estimulação, não influencie o tratamento oncológico que a mulher se irá submeter. A vitrificação dos óvulos, deve ser vista como uma janela de oportunidade,, e não como um obstáculo no caminho para a cura do cancro.
Outra das dúvidas que costuma surgir é que opções com sucesso haverá quando o cancro for superado. E, nesse sentido, os resultados estarão sempre diretamente relacionados à idade da mulher no momento da vitrificação dos óvulos. Quanto mais jovem for, no momento da preservação do potencial reprodutivo, mais possibilidades terá de poder ser mãe com seus próprios óvulos.
Programa de Preservação de Fertilidade
O Programa de Preservação da Fertilidade para pacientes com cancro, lançado pelo IVI em 2007, beneficiou mais de 1.400 mulheres diagnosticadas com cancro e já nasceram 59 bebés no âmbito deste programa..
Entre os diversos tipos de cancro que as mulheres apresentam, o cancro de mama é o mais frequente, representando aproximadamente 60% dos tratamentos de preservação do potencial reprodutivo realizadas no IVI.
Segundo dados da Liga Portuguesa contra o Cancro, o cancro de mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres. Em Portugal, anualmente são detetados cerce de 7.000 novos casos de cancro de mama. É um diagnóstico difícil de receber, mas nesse momento ter a possibilidade de preservar óvulos, para mais tarde concretizar o desejo de ser mãe, é um motivo mais de esperança e de acreditar que se pode vencer a doença.
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