Óvulos: células sexuais femininas, científicamente conhecidas como gametas. Causadores de tremendos desgostos e artifícios de mil alegrias, os óvulos são os grandes protagonistas no processo da reprodução.
As mulheres começam a ovular na adolescência, normalmente, a partir dos 11 anos, e a ovulação termina por volta dos 50 anos, com a chegada da menopausa. Os óvulos maduros vão sendo libertados durante os ciclos menstruais que a mulher tem ao longo da sua vida. A cada 28 dias começa um novo ciclo no qual, se o óvulo não é fecundado, resulta a menstruação. As mulheres nascem com um número infinito de óvulos, cerca de um milhão, mas vão perdendo os mesmos ao longo da sua vida e, quando atingem a adolescência, restam apenas uns 300.000. Durante a sua fase reprodutiva, cada mulher conta com cerca de 400 óvulos, procedentes da própria ovulação.
Quando se produz a ovulação, um dos ovários liberta um óvulo, já maduro, que percorre a trompa de Falópio onde, neste caso, ocorre a fecundação. Neste momento começa o desenvolvimento embrionário para que, ao chegar ao útero, se possa produzir a implantação do embrião. Se o óvulo fecunda, acaba por se desintegrar e é reabsorvido pelo corpo da mulher.
No caso de pacientes que se submetem a tratamentos de reprodução assistida, deve realizar-se uma estimulação dos ovários, para se conseguir um ótimo número de ovócitos. Mas, o que será melhor? Ter muitos óvulos maus ou poucos óvulos mas de boa qualidade?
Ainda que pareça mentira, chegamos a pensar que muitos valem mais que poucos. Mas é então que nos deparamos com a variável “qualidade”. Nestes casos, pode observar-se a diferença que existe entre a qualidade e a quantidade, analisando a fertilidade relacionada com a idade das mulheres. Desta forma, uma mulher com 18 anos tem 86% de fertilidade mas com o avançar do tempo, e chegando aos 42 anos, apenas tem 36%. Estes dados revelam a importância de engravidar antes que a fertilidade baixe significativamente pois, nesse momento, nem qualidade nem quantidade serão suficientes para alcançar a gestação. No entanto, pode acontecer que uma mulher com 38 anos tenha, ainda que em menor quantidade, melhores óvulos que uma mulher com 20 anos e, por isso, que seja mais fértil.
E os óvulos doados?
Quando se trata de um procedimento de doação de óvulos, da dadora depende que um dos seus óvulos permita que uma futura mamá engravide. Em tratamentos deste tipo, ao serem dadoras jovens e saudáveis, apenas é necessário realizar-se uma estimulação suave da qual, ainda que não se obtenha um grande número de óvulos, normalmente obtém-se óvulos de grande qualidade, pelo que no final os resultados são muito satisfatórios.
O óvulo perfeito
O óvulo perfeito é aquele que tem as características morfológicas e a dotação cromossómica adequadas para dar lugar a uma gestação. As alterações na morfologia do óvulo implicam menor qualidade ovocitária, e podem detetar-se fácilmente. Porém, em última instância, o que afeta maioritariamente esta qualidade é a idade da mulher, que altera a carga genética do óvulo, mas nem sempre a sua morfologia.
Assim, por exemplo, uma mulher com 45 anos pode ter um óvulo morfológicamente perfeito, mas por sua vez, ter uma probabilidade muito alta de que a sua carga genética seja alterada, pelo que a sua qualidade será consideravelmente mais baixa.
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