Covid-19 e os tratamentos de procriação medicamente assistida: Tudo o que deve saber

Vacina contra a Covida-19 e gravidez

A campanha de vacinação em Portugal está a ser realizada de acordo com as diretrizes definidas pela Direção Geral de Saúde (DGS).

De momento, estão a ser administradas quatro vacinas no nosso país. Por um lado, as vacinas pertencentes aos laboratórios Pfizer / BioNTech e Moderna, que são do tipo mRNA. Esse tipo de vacina ajuda a criar proteínas comuns ao vírus, desenvolvendo anticorpos na imunidade humoral que nos defenderiam do vírus, caso ele entrasse em contato com o nosso corpo.

Por outro lado, existem as vacinas Astra Zeneca e Janssen, que contêm um adenovírus modificado que carrega a informação genética para a produção da proteína Covid-19 Spike (S). O objetivo final é comum às demais vacinas e é que nosso sistema imunitário reconheça essa proteína como estranha e gere anticorpos contra ela. O adenovírus modificado não tem capacidade para se replicar e, portanto, não pode ser considerado uma causa de doença.

 

Gravidez e vacina contra a COVID-19

A recomendação da DGS, de 3 de julho de 2021 (https://www.dgs.pt/normas-orientacoes-e-informacoes/normas-e-circulares-normativas/norma-n-0022021-de-30012021-pdf.aspx), é que as grávidas se vacinem após as 21 semanas, após a eco morfológica e com pelo menos 14 dias de diferença de outras vacinas.

 

Mulheres que estão a tentar engravidar utilizando tratamentos de fertilidade e vacina contra a COVID-19

Mulheres que desejam iniciar o tratamento de procriação medicamente assistida e vão receber a primeira dose, ou estão à espera de uma segunda dose dessas vacinas, não necessitam forçosamente de esperar para receber o esquema completo para iniciar o tratamento. A vacinação não é impedimento para a realização do tratamento em si desde que se cumpram dois preceitos:

  • Passem pelo menos dois dias entre qualquer das doses de vacinas e a punção para recolha de ovócito;
  • A transferência embrionária e/ou a inseminação intrauterina seja feita pelo menos dois dias após a última toma da vacina.

Poderá ser proposto um adiamento de transferência embrionária e/ou inseminação intrauterina a fim de permitir a conclusão de um eventual processo de vacinação em curso.

Por fim, a decisão de realizar ou não a vacinação é da paciente e não condicionará a possibilidade de realizar os tratamentos de procriação medicamente assistida.

 

O que outras entidades médicas dizem sobre a vacina para mulheres grávidas?

Embora os ensaios clínicos das vacinas COVID-19 não incluam mulheres grávidas, os dados disponíveis, principalmente sobre o uso da vacina nos Estados Unidos, não indicam quaisquer efeitos adversos na gravidez.

Por sua vez, o Comité de Vacinação e Imunização do Reino Unido (JCVI) recomenda que as vacinas contra a COVID-19 sejam oferecidas a grávidas ao mesmo tempo que o restante da população, dependendo da idade e do risco clínico. Tendo em vista que as vacinas Pfizer e Moderna têm sido mais estudadas em grávidas, recomendam a preferência das mesmas, embora nas que receberam a primeira dose do Astra Zeneca recomendem completar o esquema com a mesma vacina.

Alguns países da UE, como a Bélgica, também recomendam o uso de vacinas de mRNA para a vacinação de mulheres grávidas, lactantes e aquelas que desejam engravidar.

Em geral, não foi detetado aumento do risco de COVID-19 grave por estar grávida, além das condições de risco que a mulher apresenta.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA), sobre o uso de vacinas do tipo mRNA em mulheres grávidas, certifica que os estudos em animais não mostraram efeitos negativos na gravidez. No entanto, os dados sobre como usar esses tipos de vacinas são limitados.

Por sua vez, a Associação Americana de Ginecologistas e Obstetras, a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), a Sociedade Fetal Materna e o Centro de Controle de Doenças (CDC) não recomendam restringir o uso da vacina em pacientes que estão a planear a gravidez, naquelas que estão grávidas ou a amamentar.

 

Qual o efeito da vacina na gravidez?

Pelas informações fornecidas pelas autoridades reguladoras de saúde, podemos presumir que não há risco de que a própria vacina tenha um efeito negativo sobre o embrião. O motivo do uso não ser recomendado em grávidas é única e exclusivamente porque ainda não existe experiência neste grupo populacional. Por outro lado, deve-se acrescentar que até ao momento não há dados publicados sobre o efeito teratogénico do vírus em pacientes infetadas com COVID-19 durante o primeiro trimestre de gravidez.

Além disso, já existem estudos conclusivos que mostram como mulheres vacinadas no último trimestre de gestação compartilharam anticorpos com seu bebé no período intrauterino, de forma que ao nascer foi detetado anticorpos contra o vírus na criança. A transmissão de anticorpos através do leite materno também foi encontrada.

 

Opinião do IVI sobre o assunto.

Recomendamos, em primeiro lugar, seguir as orientações das entidades reguladoras de saúde na decisão ou utilização em grávidas.

Pacientes que planeiam iniciar um tratamento de procriação medicamente assistida e vão receber a primeira ou a segunda dose da vacina não necessitam forçosamente de esperar para receber o esquema completo para iniciar o tratamento. A vacinação não é impedimento para a realização do tratamento em si desde que se cumpram dois preceitos:

  • Passem pelo menos dois dias entre qualquer das doses de vacinas e a punção para recolha de ovócito;
  • A transferência embrionária e/ou a inseminação intrauterina seja feita pelo menos dois dias após a última toma da vacina.

Poderá ser proposto um adiamento de transferência embrionária e/ou inseminação intrauterina a fim de permitir a conclusão de um eventual processo de vacinação em curso.

Por fim, a decisão de realizar ou não a vacinação é da paciente e não condicionará a possibilidade de realizar os tratamentos de procriação medicamente assistida.

As nossas medidas de segurança

Protocolo COVID19 en las clínicas de fertilidad

As clínicas estão abertas e as nossas pacientes retomaram os seus tratamentos gradualmente após a avaliação de cada caso em particular.

Note-se que temos pacientes para as quais a realização de um tratamento de procriação medicamente assistida é uma necessidade urgente para conseguirem o objetivo de serem mães, uma vez que a idade influencia de forma negativa a fertilidade.

Desde o início, o IVI quis garantir a segurança de quem nos visita e da nossa equipa, pelo que tomámos medidas de proteção que pedimos que as compreenda e as cumpra, e que se irão adaptando à situação da pandemia que vamos tendo em cada momento.

É provável que o SARS-CoV-2 esteja entre nós por muito tempo, com efeitos variáveis sobre a nossa sociedade e sabemos que o atraso na realização de um tratamento por um longo período de tempo pode ter um efeito negativo em certos grupos de pacientes inférteis. Há pacientes que não podem esperar para iniciar tratamento.

Não foi contraindicada a gestação espontânea por nenhuma sociedade científica nem atualmente são consideradas as relações sexuais como uma possível via de transmissão do vírus.

Dados da Sociedade Espanhola de Ginecologia e Obstetrícia indicam que as mulheres grávidas poderão passar pela doença de forma leve ou assintomática como acontece em cerca de 80 % da população em geral. Também não foi demonstrado que a infeção por SARS-CoV-2 durante a gravidez está associada, com maior incidência, a problemas médicos ou obstétricos. Embora existam fatores de risco associados que podem ser associados a maiores complicações da COVID-19 durante a gravidez, e que incluem: hipertensão arterial crónica, obesidade e diabetes pré-gestacional.

Mantém-se a possibilidade da consulta online?

A primeira consulta online já era uma realidade no IVI, há muito tempo que nos preparávamos para a telemedicina, mas, agora mais do que nunca, a primeira consulta online chegou para ficar. Todas aquelas pacientes que o pretendam, poderão fazer a sua primeira consulta online, com um seguimento e ampliação de exames presenciais (pack diagnóstico). Como sempre, poderá marcar uma primeira consulta online ou presencial, através do nosso site ou pelo nosso número de telefone 800 780 340.

O que devo fazer antes de chegar à clínica? Medidas de prevenção

  • Não venha à consulta se tiver ou teve febre, tosse, dificuldade respiratória, nos últimos 14 dias, e informe o seu médico. Na clínica, entraremos em contacto consigo para acompanhar a sua evolução e marcar uma nova consulta logo que seja possível.
  • Não venha à consulta se esteve em contacto com alguém com diagnóstico ou suspeita de COVID-19 nos últimos 14 dias, informe o seu médico.
  • Acompanhantes: atendendo ao contexto atual de evolução da pandemia e com o intuito e evitar aglomerações dentro da clínica, é importante para a segurança de todos, que sempre que possível venha sem acompanhante ao IVI. No entanto, se vier à primeira consulta ou a algum ato no bloco cirúrgico, pode vir acompanhada.
  • Seja pontual, mas tente não chegar com muita antecedência (exceto nos casos em que a nossa equipa o solicite).
  • É obrigatório o uso de máscara cirúrgica no interior da clínica e é da responsabilidade de quem nos visita trazê-la de casa.
  • Pediremos que faça todos os seus pagamentos com cartão, para evitar o manuseamento de dinheiro.

Uma vez dentro da clínica

  • Existem dispensadores de gel desinfetante de mãos dispostos pela clínica.
  • Aquando da sua identificação na receção, respeite a distância delimitada pela faixa de segurança.
  • Na sala de espera, aguarde a chamada mantendo a distância mínima de 1,5 metros em relação às outras pessoas (todas as poltronas da sala de espera se encontram, umas das outras, a uma distância superior a essa).
  • Para sua segurança, os profissionais do IVI estarão a usar máscaras e haverá janelas de acrílico nos pontos nos quais há uma comunicação frente a frente.

Vão fazer-me algum tipo de exame de diagnóstico antes de começar o tratamento?

O objetivo do IVI é oferecer a máxima segurança, tanto a pacientes como aos nossos funcionários, durante a realização dos tratamentos. É por isso que, adicionalmente às medidas já mencionadas anteriormente, vamos oferecer a possibilidade de fazer o teste de deteção de antígenos para a COVID a todas as pacientes que vão iniciar um tratamento. A determinação de antígenos é um teste rápido com um resultado em cerca de 15 minutos, e com uma fiabilidade muito elevada.

Existe risco de contágio do meu material genético nos laboratórios?

Não. Até ao momento, tudo o que sabemos pelas publicações atuais, é que é muito pouco provável que possa encontrar-se o vírus em óvulos ou espermatozoides.

Além disso, todos os nossos laboratórios estão preparados para trabalhar com agentes infeciosos do tipo 2, como o SARS-CoV-2, pelo que não haverá neste ponto nenhum tipo de risco.

Cara paciente, devemos evitar a todo o custo que o desenvolvimento das atividades diárias leve a um novo aumento do número de contágios e doentes. Por este motivo, no IVI estamos a tomar todas as medidas necessárias recomendadas pelas organizações científicas e com base na evidência.

Ajude-nos a cumprir com estas medidas!

 

FAQ’s Coronavírus

medidas de seguridad IVI

 

O IVI está a tomar medidas para garantir a minha segurança contra o Coronavírus durante o meu tratamento?

Sim. No IVI, seguimos com especial atenção as informações publicadas pelas autoridades de saúde para adaptar os nossos protocolos e garantir a segurança dos nossos pacientes em todos os momentos.  Além disso, atualmente não existem evidências de transmissão do COVID-19 através da procriação medicamente assistida (PMA).

Devo interromper ou adiar o meu tratamento de procriação medicamente assistida (PMA) devido às últimas notícias sobre o Coronavírus?

Dependendo da localidade onde se encontra, serão tomadas medidas de prevenção e de acordo com a situação epidémica da região. Temos à disposição dos nossos pacientes, primeiras consultas online e de seguimento para que da maneira mais responsável possível possamos evitar as deslocações à clínica.

Estou grávida, tenho um maior risco de contágio do Coronavírus?

Os dados de que dispomos até ao momento não indicam ter sido encontrado um maior risco de contágio na população de gestantes. Portanto, é recomendável seguir os mesmos passos para prevenir a infeção que o resto da população (ler abaixo).

O meu teste do Coronavírus deu positivo e estou grávida, posso contagiar o meu bebé?

Os artigos e casos publicados estudados até ao momento mostram que não existe transmissão vertical de COVID-19 de mulheres grávidas para fetos. Além disso, nem o prognóstico da gravidez, nem o das pacientes foram piores em comparação com as mulheres não grávidas infetadas. Porém, é muito importante comunicar ao seu obstetra em caso de ser diagnosticado.

Como posso prevenir a propagação do Coronavírus?

Para reduzir a probabilidade de contágio pelo COVID-19, as autoridades de saúde recomendam o seguinte:

  • Lave as mãos com frequência
  • Tussa e espirre para a curva do cotovelo para um lenço de papel descartável
  • Evite o contacto das mãos com os olhos, nariz e boca
  • Perante o aparecimento de qualquer sintoma, evite o contacto próximo com outras pessoas e notifique as autoridades de saúde

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