Para enfrentar a infertilidade é necessária energia tanto física como psicológica, e é importante que tanto você como o seu companheiro se preparem para as emoções que vão viver. Algumas das emoções mais comuns são: “Choque”, culpabilização, ansiedade, depressão, raiva, desespero, perda de controlo, solidão, entre outras. Todas estas emoções são lícitas e a maioria dos casais que passam por tratamentos de procriação medicamente assistida sentem-se da mesma forma.
O Programa de Apoio Psicológico da IVI pretende identificar os vossos problemas e angústias e intervir através de sessões, nas quais os pacientes são submetidos a técnicas cognitivas de conduta e técnicas de autocontrolo. Foi concebido para combater e melhorar os sintomas de ansiedade e stress e melhorar as dificuldades de comunicação com o meio (família, amigos, relações de trabalho) e com a equipa médica.
Através desta unidade consegue-se restaurar a autoestima e melhorar a vida sexual do casal. Para isso, é importante aprender a relaxar até desenvolver as capacidades psíquicas e sociais, bem como combater o stress e conhecer-se melhor ou aprender a enfrentar as situações difíceis.
Se tiver uma atitude positiva e conseguir manter a ansiedade sob controlo, aumenta a percentagem de sucesso no tratamento.
A tomada de decisões é uma parte integral da experiência de infertilidade:
O membro do casal com o problema médico específico pode sentir-se mais pressionado quando tiver de expressar os seus desejos. É importante que se sinta livre para fazê-lo. Por vezes, os homens ficam preocupados ao escolher uma modalidade de tratamento que exija técnicas invasivas, como por exemplo a cirurgia ou as injeções diárias nas suas companheiras. Outros casais podem achar que têm “diferentes regras de jogo” relativamente ao tempo, ao esforço e à economia que pensam dedicar ao tratamento. Noutras ocasiões, a decisão sobre “quando dizer” chega pode ser uma das coisas mais difíceis de discutir.
Sabemos que em qualquer casal podem existir opiniões diferentes ou dificuldades na relação quando se encontram perante um problema, não deixe de pedir conselhos aos nossos psicólogos, que ajudarão a encontrar soluções.
Há alguns períodos no dia-a-dia que a fazem sentir mais deprimida e sem recursos. Se se tiver preparado emocionalmente verá que estas ocasiões podem ser manuseadas. Por isso, é importante que se lembre que não tem de participar em atividades que a deprimam. Também tem de estar preparada para situações que inicialmente são simples de enfrentar, mas que, neste momento, se convertem em circunstâncias inabordáveis. Por exemplo, fazer parte de conversas focadas na gravidez ou em crianças, ou conversas com amigas grávidas durante o seu tratamento de esterilidade. Pode acontecer que as férias e os aniversários signifiquem uma angústia adicional pelo facto de lembrá-la de que o tempo passa e não tem filhos. Lembre-se de que está no caminho para o conseguir. Outra dificuldade podem ser as consultas médicas. Nestas verá mulheres grávidas no consultório e enfrentará resultados negativos nos testes. Você e o seu companheiro ponderarão a possibilidade de abandonar o tratamento. Geralmente, muitas mulheres vivem o início de cada ciclo menstrual como um acontecimento traumático, dado que não há gravidez depois de um mês de esperança, e por vezes duvidam da necessidade de começar de novo outra vez.
Com o objetivo de enfrentar estas situações, na Unidade de Apoio Psicológico do IVI contribuiremos para construir essa força emocional e prepará-la para esses episódios que possam ocorrer. Reflita acerca deste tipo de circunstâncias e questione-se como reagirá. Uma boa terapia é falar com pessoas que tenham experimentado as mesmas emoções. Observe como evoluíram e o que fizeram de forma diferente.