- O estudo compara 4 grupos: Mulheres solteiras, casais de mulheres e casais heterossexuais, todos com necessidade de dadores do sexo masculino, em comparação com casais heterossexuais que recorrem à IA autóloga – com sémen do casal
- Tanto a idade da mulher como a qualidade da amostra de esperma (tanto no caso do dador como no da própria parceira) são regidas pelos mesmos parâmetros em todos os grupos de estudo
- A partir dos 40 anos, não se supera a taxa de 7% de recém-nascidos vivos em nenhum dos casos
LISBOA, 3 DE DEZEMBRO DE 2019
Com o crescente número de países em que se permite que as mulheres solteiras e casais de mulheres tenham acesso a tratamentos reprodutivos, é necessário continuar a investigar a eficácia dos diferentes tratamentos para esses perfis de pacientes e, assim, poder aconselhá-las sobre os mais indicados para o seu caso.
“Trata-se geralmente de pacientes com um bom prognóstico, já que não há um diagnóstico real de infertilidade, mas uma simples necessidade de gâmetas masculinos para conseguir a gravidez. Na grande maioria, basta uma inseminação artificial (IA) com sémen de dadores”, afirma o Dr. Sérgio Soares, diretor do IVI Lisboa.
Uma situação semelhante é a que apresentam os casais heterossexuais com infertilidade severa por fator masculino, o que também exigirá sémen de dador para realizarem o objetivo de serem pais.
Para avaliar o rendimento reprodutivo das mulheres destes três grupos, todas com necessidade de um dador masculino, em comparação com a chamada paciente típica do sexo feminino de reprodução assistida – um casal heterossexual que recorre a uma IA com sémen de casal – , realizou-se o “Donor IUI is equally effective for heterosexual couples, single women and lesbians, but autologous IUI does worse”. Neste estudo retrospetivo, liderado pelo Dr. Soares, foi considerado um total de 7228 ciclos de IA realizados em 3807 pacientes, entre 2013 e 2016, em 13 clínicas IVI.
Este trabalho mostra como, em faixas etárias com bom prognóstico (≤37 anos), o desempenho reprodutivo das mulheres sozinhas, casais de mulheres e casais heterossexuais que recorrem à IA com sémen de dador é significativamente melhor do que o observado em casais heterossexuais submetidos à IA autóloga, mesmo quando este último grupo é composto apenas por casos de ótima qualidade de esperma.
Assim, a taxa de recém-nascidos vivos manteve-se semelhante nos 3 grupos submetidos à IA com sémen de dador (cerca de 17,6%), mas baixou para 11% no grupo de casais heterossexuais que utilizaram sua própria amostra seminal.
Isso mostra que os casais heterossexuais que recorrem a uma IA autóloga têm maior propensão para ter infertilidade por fator feminino, mesmo quando a sua avaliação da infertilidade não encontra contraindicação para a IA. Esta descoberta não surpreende, uma vez que este é o único grupo com um diagnóstico real de infertilidade que pode ser atribuído a um fator feminino.
“Pressupõe-se que o potencial reprodutivo das mulheres solteiras, casais homossexuais de mulheres e casais heterossexuais que precisam de sémen de dador seja melhor, mas até agora os dados para confirmar essas suposições são escassos”, acrescenta o Dr. Soares.
Pela primeira vez, foi realizado um estudo com uma amostra grande, que permite obter evidências sólidas de resultados clínicos equivalentes nos três grupos populacionais tratados com sémen de dador, quando as fontes potenciais de viés são controladas de forma adequada. Estas descobertas serão muito úteis para o aconselhamento dos pacientes, independentemente do modelo de família que pretendam criar.
Outro dos resultados obtidos graças a este estudo está associado à taxa de sucesso e à sua relação inversamente proporcional em relação à idade da paciente.
“A idade afeta igualmente todos os grupos estudados, já que nenhum atinge uma taxa de recém-nascidos vivos superior a 7% a partir dos 40 anos, algo que nos pode servir de orientação ao decidir o tempo a insistir em busca de uma gravidez espontânea”, conclui.
Vídeo resumo do estudo:
Sobre o IVI – RMANJ
O IVI nasceu em 1990 como a primeira instituição médica em Espanha especializada integralmente em reprodução humana. Desde então, ajudou a nascer mais de 160.000 crianças, graças à aplicação das últimas tecnologias em Reprodução Assistida. No início de 2017, o IVI fundiu-se com a RMANJ, tornando-se o maior grupo de Reprodução Assistida do mundo. Atualmente conta com mais de 65 clínicas em 9 países e é líder em Medicina Reprodutiva.
Para mais informações:
https://ivi.pt/ – http://www.rmanj.com/
Informações adicionais:
Renata Pinto|| Tel. +351 938 826 176 || renata@prinfluencer.pt