O Blog do IVI esteve à conversa com a Enfermeira Catarina Sousa, uma das organizadoras da iniciativa para conhecermos tudo sobre a 1ª Reunião de Trabalho de Enfermagem de Reprodução Assistida que se vai realizar amanhã, dia 22 de setembro nas instalações do IVI Lisboa.
Qual o objetivo da 1ª reunião de trabalho de Enfermagem de Reprodução Assistida?
São vários os objetivos desta reunião. Todos muito concretos, importantes para a profissão de Enfermagem e que no fundo se podem resumir como o crescimento e a afirmação da Enfermagem da área da Reprodução Assistida em Portugal.
Dissecando, convidámos dois dos principais organismos da área (o CNPMA e a SPMR) e a Ordem dos Enfermeiros (OE). Pretendemos uma valorização profissional e cientifica, darmo-nos a conhecer enquanto grupo já bastante representativo em termos numéricos, colaborarmos com as várias organizações da área, nomeadamente criando o núcleo de Enfermagem dentro da SPMR e intercedendo junto da OE para que, à semelhança do que foi feito em 2005 na profissão médica (a criação de uma subespecialidade de Medicina da Reprodução), se crie uma subespecialidade ou competência acrescida nesta área tão específica.
Desde 2015, que a ESHRE (a mior organização Europeia da área) olhou para a Enfermagem muito para além do Cuidar, criando um programa de Certificação para Enfermeiros transversal a todos os países. Atualmente, Portugal é dos países que conta já com mais Enfermeiros certificados, o que demonstra o interesse e investimento destes profissionais pela especialização na área.
Foi por tudo isto, que nós Enfermeiras do IVI Lisboa, juntamente com colegas do IVI Faro, Hospital dos Lusíadas e Hospital de Santa Maria, decidimos que era altura de caminharmos juntas em prol da nossa valorização profissional e cientifica.
Pode explicar-nos em que consiste o programa?
Podemos dividir o programa em duas fases: a primeira, que consiste na discussão dos objetivos delineados juntos dos organismos convidados e a segunda fase, mais científica, abordando temas como a simulação em PMA, a implicação da alteração da Lei de Proteção de Dados no nosso trabalho diário, estratégias de coping para enfrentar o desgaste e stress profissional e a importância da consulta de Enfermagem de Reprodução Assistida.
Qual é a expetativa dos enfermeiros para esta reunião?
Tivemos uma excelente adesão, tendo inclusivé esgotado as vagas que tínhamos com vindas de Enfermeiros de Norte a Sul do país. Depreendo por isso, que estes Enfermeiros estão extremamente motivados para elevar a Enfermagem da área da PMA.
Qual foi o principal desafio deste projeto?
Na verdade, foi tudo fluindo muito bem desde o início e foi notório que este passo tinha mesmo de ser dado. Quando abordámos a SPMR, ficámos surpresos pela recetividade que o nosso objetivo teve. Inclusivé foi-nos transmitido, que a própria SPMR já andaria também a pensar na criação do núcleo de Enfermagem (à semelhança do que aconteceu por exemplo, com os psicólogos há bem pouco tempo). É gratificante para nós que trabalhamos e investimos na área, percebermos que os nossos ideais complementam o que já está a ser feito e que juntos podemos caminhar para a melhoria dos cuidados numa visão holística e multidisciplinar.
Que apelo faria aos profissionais do sector da PMA?
Lanço o apelo à união e ação para que não deixemos de acreditar que a Reprodução Assistida em Portugal pode ser ainda melhor com profissionais de Enfermagem cada vez mais especializados. É fundamental que os Enfermeiros desta área continuem a investir na sua formação pessoal e que se comece a valorizar e incentivar a investigação em Enfermagem.
Obrigada Enfª Catarina Sousa pelo tempo que dedicaste a esta entrevista ao Blog do IVI Lisboa. Foi um prazer conhecer a vossa iniciativa.
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