Estudos internacionais em que o IVI participou mostram que a progesterona vaginal reduz o risco de parto prematuro, complicações neonatais e morte neonatal em mulheres com gravidez gemelar que tenham um colo do útero encurtado – grupo com maior risco de parto prematuro.
Partos prematuros
Os partos prematuros são os que ocorrem antes da semana 37 de gravidez. Os principais riscos do nascimento antes do fim de termo, são a morte infantil e sequelas com incapacidade a longo prazo. As gravidezes gemelares têm, além do mais, 5 ou 6 vezes mais risco de parto prematuro.
Antes do parto e na fase final da gravidez, o colo do útero torna-se mais fino e encurta-se. Em algumas mulheres o encurtamento do colo do útero ocorre antes, por volta do quarto ou quinto mês de gravidez. Este facto aumenta o risco de parto prematuro.
Progesterona
Estudos prévios demostram que a hormona natural progesterona, também chamada “hormona da gravidez” reduz o risco de parto prematuro. Especialmente em mulheres com gravidez única e colo do útero curto. A sua aplicação é feita via vaginal. “Porém, o efeito deste tratamento em gravidezes gemelares era controverso”. Explicam os investigadores da Unidade de Medicina Materno-Fetal do IVI Valência.
Segundo os investigadores “os achados aportam evidência sólida de que o tratamento com progesterona vaginal em mulheres com gravidez gemelar e colo do útero curto reduz a frequência de partos prematuros e complicações neonatais, tais como problemas respiratórios e mortes neonatais.
Ambos destacam que os estudos colaborativos internacionais representam a única forma de dispor de suficiente quantidade de dados para poder responder a questões clínicas num relativo curto prazo de tempo.
Dados do estudo
O presente estudo inclui os resultados de 6 estudos. Participaram 303 mulheres grávidas de gémeos e com um comprimento do colo uterino de 25 mm, ou menos, no 2º trimestre. Destas, 159 receberam progesterona vaginal e 144 receberam placebo ou nenhum tratamento. O risco de ter um parto antes da semana 33 reduziu-se a um 31% nas mulheres que receberam progesterona vaginal. A progesterona vaginal também reduz o risco de parto prematuro antes da semana 32 e 34 de gravidez. Todos os resultados foram estatisticamente significativos.
As crianças nascidas de mulheres que receberam progesterona vaginal apresentaram:
– redução de 30% na taxa de problemas respiratórios e nas complicações mais frequentes dos prematuros;
– redução de 46% na taxa de ventilação mecânica assistida;
– Menos 47% o risco de morte neonatal.
O estudo foi publicado na revista cientifica Ultrasound in Obstetrics and Gynecology.
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