Nos últimos anos, a preservação da fertilidade através do congelamento de óvulos tornou-se uma escolha cada vez mais popular entre as mulheres. Entre 2018 e 2023, o número de mulheres que optaram por esta técnica aumentou dez vezes, especialmente por razões sociais. Este fenómeno reflete mudanças significativas na forma como as mulheres abordam a maternidade e as suas vidas profissionais e pessoais. O blog conversou com a Dra. Catarina Godinho para conhecer esta realidade.
O que impulsiona esta tendência?
A Organização Mundial da Saúde aponta que uma em cada seis pessoas enfrenta problemas de infertilidade. Entre os fatores que contribuem para isso está o adiamento da maternidade devido a questões financeiras, profissionais e a busca pelo parceiro ideal. Mulheres conscientes de que a fertilidade começa a diminuir significativamente após os 35 anos, optam por congelar os seus óvulos para garantir a possibilidade de serem mães no momento mais adequado.
De acordo com a Dra. Catarina Godinho, do IVI Lisboa, “estes números refletem a crescente consciência das mulheres acerca do declínio da fertilidade e a importância de tomar medidas para acautelar a maternidade com seus próprios óvulos.”
O Perfil das mulheres que optam pela preservação
O perfil mais comum das mulheres que preservam a fertilidade inclui profissionais altamente qualificadas, muitas das quais investiram anos na sua educação e carreira. Em média, estas mulheres têm entre 36 e 37 anos, comparável aos 35,5 anos observados em Espanha.
Segundo um inquérito do Instituto Nacional de Estatística em 2019, estabilidade financeira e de emprego, juntamente com as condições habitacionais, são os principais motivos apontados por mulheres que adiaram o nascimento do primeiro filho.
Como funciona o processo de vitrificação?
A vitrificação é uma técnica avançada de congelamento de óvulos, onde estes são preservados a -196°C em vapor de nitrogénio. Este método garante a manutenção da qualidade dos óvulos ao longo do tempo. Introduzida pelo IVI na Península Ibérica em 2007, a técnica já permitiu que mais de 20 mil mulheres preservassem a sua fertilidade, seja por razões sociais ou médicas, como em casos de cancro.
A importância de planear o futuro
A possibilidade de congelar óvulos oferece às mulheres uma valiosa oportunidade de controlar melhor os seus planos de vida e maternidade. “São dados esclarecedores que refletem a nova realidade social que enfrentamos quando se trata de planeamento familiar. E acima de tudo, o direito das mulheres de escolherem livremente quando e como querem ser mães”, destaca a Dra. Catarina Godinho.
Para aquelas que ainda têm dúvidas, considerar a vitrificação dos ovócitos pode ser uma solução prática para ter um plano B para o futuro.
Se tiverem dúvidas não hesitem em escrevê-las nos comentários para a Dra. Catarina Godinho responder.
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