Investigadores liderados pela Dra. Catarina Godinho desenvolvem protocolo inovador para preparação do útero para a transferência de embriões congelados
Uma equipa de investigadores liderada pela Dra. Catarina Godinho, ginecologista e especialista em medicina da reprodução do IVI Lisboa, criou um protocolo de preparação do útero para a transferência de embriões congelados mais eficiente e igualmente seguro. O estudo foi apresentado na 39.ª edição do Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), que decorreu na Dinamarca, com o título “Natural proliferative phase frozen embryo transfers: a novel, safe and efficient transfer strategy”.
Resultados mostram segurança e eficácia do protocolo inovador
O objetivo deste estudo, nomeado para prémio na categoria de Ciência Clínica, de melhor poster no Congresso em conjunto com mais quatro estudos, era saber se a gravidez e os resultados maternos e neonatais sofriam alterações caso fosse adotado um protocolo inovador para a transferência de embriões congelados. Um novo procedimento que tem a vantagem de oferecer maior facilidade de agendamento e menos deslocações das mulheres às clínicas, em substituição do protocolo habitual de aproveitar o melhor do ciclo natural (endométrio mais fisiológico).
Taxa de gravidez não é afetada, revelando segurança e flexibilidade do protocolo
Os resultados mostraram que a taxa de gravidez não registou diferenças em relação aos ciclos tradicionais de preparação do útero para a transferência de embriões congelados, pelo que o protocolo em estudo se revelou seguro, além de trazer mais flexibilidade e eficiência.
Superando a controvérsia sobre o melhor protocolo de preparação endometrial
O melhor protocolo de preparação endometrial para a transferência de embriões ainda é controverso. Uma transferência de ciclo natural pode exigir mais visitas à clínica e oferece menos flexibilidade. Por outro lado, os ciclos artificiais, embora sejam mais flexíveis em termos de programação, têm sido associados a maiores taxas de aborto espontâneo e morbilidade materna. Na estratégia alternativa agora apresentada, e que demonstrou segurança, mesmo em relação às taxas de aborto, a progesterona é iniciada assim que a proliferação do endométrio atinge 7 mm de espessura, independentemente do tamanho do folículo dominante e sem a administração de hormonas.
Estudo baseado em coorte retrospetivo reforça os resultados obtidos
Para os resultados obtidos, os investigadores realizaram um estudo de coorte retrospetivo de centro único de ciclos de transferência de embriões congelados realizados entre janeiro de 2020 e junho de 2022 (n = 2158). Apenas transferências de estágio de blastocisto de embrião único foram incluídas.
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