Hoje, trazemos uma notícia impactante no campo da medicina da reprodução, diretamente do 40º Congresso Anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), que se realiza estes dias em Amesterdão. Um estudo pioneiro, liderado pelo IVI Valência, está a utilizar a Inteligência Artificial (IA) para prever os batimentos cardíacos fetais através da análise da expansão dos embriões. Este avanço promete transformar a maneira como selecionamos embriões para transferência, aumentando as hipóteses de uma gravidez bem-sucedida.
Expansão de embriões e sucesso na transferência
O estudo, intitulado Predicting fetal heartbeat in vitrified blastocysts through artificial intelligence analysis of post-warming images and videos, analisou 800 embriões vitrificados utilizando uma incubadora de lapso de tempo. O foco estava na observação dos embriões durante as primeiras quatro horas após o descongelamento. Descobriu-se que aproximadamente 60% dos embriões se expandem logo após serem descongelados, e estes embriões tendem a apresentar melhores resultados após a transferência para o útero da mãe.
Principais descobertas
Aqui estão alguns aspetos importantes deste estudo:
- Expansão rápida e sucesso na implantação: Embriões que se expandem rapidamente nos primeiros minutos após o descongelamento estão associados a melhores taxas de sucesso após a transferência.
- Expansão tardia e impacto na viabilidade: Embriões que se expandem mais tarde apresentam menor probabilidade de sucesso. Uma expansão suave e tardia diminui as chances de gravidez em 5%, enquanto uma expansão forte reduz a probabilidade em mais de 15%.
- Utilização da IA na Seleção de Embriões: A aplicação de IA para analisar imagens e vídeos de embriões permite criar um programa fiável e robusto para a seleção dos melhores embriões para transferência.
Implicações para a Reprodução Assistida
Este estudo representa um marco significativo na seleção de embriões, utilizando a IA para melhorar a precisão e eficácia dos tratamentos de fertilidade. Com a vitrificação consolidando-se como uma técnica padrão-ouro para a criopreservação de embriões, a necessidade de critérios de seleção mais precisos é maior do que nunca. A combinação de variáveis morfocinéticas e proteômicas com a avaliação morfológica convencional pode otimizar significativamente os resultados das transferências de embriões.
O que significa para si?
Para casais que estão a passar por desafios de fertilidade, este estudo representa uma nova esperança. A seleção mais precisa de embriões pode aumentar as taxas de sucesso dos tratamentos de fecundação in vitro, sendo assim mais provável que estes casais realizem o sonho de terem um filho.
Conclusão
A aplicação de inteligência artificial na seleção de embriões é uma área promissora que está apenas a começar a mostrar o seu potencial. Estamos entusiasmados em saber que estas descobertas serão aplicadas nas clínicas de fertilidade e que podem vir a trazer mais felicidade e novas vidas a muitas famílias.
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