A maternidade tardia tornou-se uma realidade cada vez mais comum na sociedade moderna e tem levado cada vez mais mulheres a procurar os tratamentos de fertilidade para conseguir a tão sonhada gravidez. Após os 35 anos, a probabilidade de uma mulher engravidar naturalmente cai para metade. E quando a qualidade dos óvulos é insuficiente para engravidar, a doação de óvulos é a opção mais viável para engravidar.
Os desafios da maternidade tardia
O blog conversou com a Dra. Filipa Santos, psicóloga do IVI Lisboa sobre o facto de ao mesmo tempo em que o contexto social e económico tende a atrasar a maternidade, a fertilidade feminina começa a declinar acentuadamente após os 35 anos. E a Dra. Filipa Santos salientou o seguinte: e nesse momento, muitas mulheres são surpreendidas ao descobrir que não conseguirão engravidar com seus próprios óvulos. Para essas mulheres, a aceitação da ovodoação pode ser um processo emocionalmente desafiador, marcado por sentimentos de rejeição, tristeza e incerteza, seguidos por uma eventual aceitação.
O aconselhamento psicológico como suporte essencial
O processo de aceitação da doação de óvulos pode ser complexo, uma vez que envolve a desconstrução de crenças sobre maternidade e o luto genético – a aceitação de que não haverá transmissão de genética própria aos filhos. Para ajudar nessa jornada emocional, a Dra. Filipa Santos recomenda consultas de psicologia e acompanhamento contínuo.
A consulta psicológica é fundamental para abordar as preocupações mais comuns, como a formação do vínculo entre mãe e bebé, a escolha do dador e os sentimentos que vão surgir se ouver diferenças nas características físicas. Ela também ressalta a importância de partilhar emoções com parceiros, familiares ou amigos próximos para facilitar a aceitação e o apoio ao longo do processo.
Mas afinal, em que consiste o tratamento com doação de óvulos?
Para compreender melhor o passo a passo dos tratamentos com doação de óvulos, conversámos com a Dra. Tetyana Semenova, ginecologista e responsável pela unidade de ovodoação do IVI Lisboa. Tudo começa com a escolha da dadora de óvulos. A escolha é feita de acordo com critérios fenotípicos (características físicas, tais como tom da pele, cor dos olhos, cor do cabelo, altura, peso), grupo sanguíneo e a compatibilidade genética entre o marido/dador e a dadora (é realizado o teste que estuda a presença de mutações genéticas consideradas mais frequentes numa determinada população).
Uma vez escolhida a dadora, é realizada a FIV e criados os embriões. Depois inicia-se o processo de preparação do endométrio da mulher para promover a posterior implantação do embrião. A transferência embrionária pode ser realizada no ciclo natural ou no ciclo com recurso à medicação. A taxa de sucesso com a doação de óvulos ronda os 90%, após 3 tentativas.
Resumo
Em resumo, a decisão de ser mãe através da ovodoação é muito pessoal e implica todo um processo emocional. Daí, ser fundamental o aconselhamento de médicos especialistas e outros profissionais especializados em Infertilidade, como o psicólogo clínico e/ou de Saúde, para que a tão desejada gravidez ocorra nas melhores condições físicas e emocionais.
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