Quem faz tratamento de fecundação in vitro (FIV), onde a fecundação do ovócito acontece em laboratório, ficará separado do seu futuro embrião durante os seus primeiros dias de vida. Após captação dos ovócitos (punção) e a colheita de sémen, realiza-se a fertilização do ovócito em laboratório. Em geral os embriões ficam uns dias em laboratório para ser observado o seu desenvolvimento. Durante estes dias, o embriologista deverá apontar diariamente alguns parâmetros de desenvolvimento embrionário, tais como o número de células, a fragmentação para poder selecionar os melhores embriões para transferir para a cavidade uterina.
Primeiro momento: união do ovócito e do espermatozoide em laboratório
Antes do ovócito chegar ao laboratório, a mulher passa por uma estimulação dos ovários. Esta é a primeira etapa do tratamento de reprodução assistida FIV, e tem como objetivo conseguir o maior número de ovócitos para se obterem um número aceitável de embriões de qualidade e assim aumentar as hipóteses de gravidez. Ao concluir o processo de estimulação ovárica e após a extração dos mesmos por punção ovárica, o casal descobre quantos ovócitos dispõem para a fecundação. Nem sempre é possível que a fecundação de cada ovócito gere um embrião saudável; a quantidade de embriões dependerá principalmente das condições genéticas dos gâmetas masculinos e femininos.
Após concluída a punção, o embriologista inicia a preparação dos ovócitos e espermatozoides para realizar a fecundação, que acontecerá aproximadamente 4h depois.
No laboratório utilizam-se duas técnicas para fertilizar os ovócitos: a técnica de FIV que consiste em colocar os melhores espermatozoides selecionados à volta do ovócito numa placa de cultivo para que um deles fertilize o ovócito, e a técnica de ICSI em que é selecionado um único espermatozoide que posteriormente é colocado no interior do ovócito.
Incubadora de gâmetas e embriões
Após a fecundação, os ovócitos são colocados numa incubadora especial que imita as condições do corpo materno a uma temperatura constante. O laboratório de FIV é um laboratório especial onde se trabalha com luminosidade reduzida, temperatura e humidade controlada. O ar que entra neste laboratório é filtrado de forma a evitar a entrada de compostos voláteis e outras partículas no seu interior. Todas estas condições são cuidadosamente estudadas para não interferir no desenvolvimento correto dos embriões.
O embrião ou embriões selecionados por apresentarem melhores condições de viabilizar a gravidez serão colocados dentro do útero materno no dia da transferência. A partir deste momento, o embrião terá como desafio estabelecer as conexões com o endométrio (tecido interno do útero), onde o futuro do bebé receberá os nutrientes que precisa para se desenvolver.
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