O Índice de Massa Corporal (IMC) é o parâmetro mais utilizado para determinar se o peso corporal de uma pessoa é o mais adequado. O cálculo do IMC é feito dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado. Tendo em conta os valores que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera saudáveis, o IMC deve estar compreendido entre 18,5 e os 24,9. Todas as pessoas que se encontrem abaixo destes valores, é considerado um infrapeso e as que se encontram acima destes valores é considerado sobrepeso ou mesmo obesidade (de 25 para cima). A obesidade em mulheres apresenta um risco maior de puberdade precoce, caraterizada por ciclos menstruais irregulares até à sua ausência. Em mulheres obesas é natural que demorem mais tempo a conseguir engravidar de forma espontânea, podendo ter inclusivamente problemas de infertilidade, sendo três vezes superior à de uma mulher com peso normal. Isto deve-se à implicação de diversos fatores, como a qualidade ovocitária-embrionária ou a recetividade endometrial no mau prognóstico reprodutivo de estas pacientes.
Como a obesidade afeta o homem?
Não nos podemos esquecer que muitas mulheres obesas têm companheiros que também sofrem de obesidade, uma vez que dividem hábitos de vida similares. A obesidade masculina foi relacionada com uma deterioração da qualidade seminal como com um aumento do risco da infertilidade, independentemente do IMC da companheira. Segundo um estudo intitulado de “Influência da obesidade masculina” sobre as taxas de gestação em ciclos de doação de ovócitos pelo IVI, os homens obesos possuem em médias 9 milhões de espermatozóides (por mililitro) a menos do que os homens um peso ideal. Portanto, se ambos são obesos existirá uma maior dificuldade para conceber.
Importa a obesidade na hora de realizar um tratamento de reprodução medicamente assistida?
Devido ao maior risco de infertilidade na mulher obesa esta é mais suscetível de ser submetida a tratamentos de reprodução medicamente assistida (TRA). Definitivamente a obesidade agrega mais um obstáculo nos TRA uma vez que provoca uma menor resposta ovárica aos fármacos ou à indução da ovulação, o qual diminui as probabilidades de gravidez. Esta resposta reduzida é gerada tanto pelo maior volume do ambiente endócrino e metabólico hostil. Por outro lado as taxas de implantação e gravidez diminuem significativamente de forma dose-dependente conforme aumenta o IMC feminino.
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