{"id":48770,"date":"2019-10-02T14:24:28","date_gmt":"2019-10-02T14:24:28","guid":{"rendered":"https:\/\/ivi.pt\/?p=48770"},"modified":"2024-02-26T10:38:07","modified_gmt":"2024-02-26T10:38:07","slug":"set-mae-e-bebe-saudaveis-objetivo-da-reproducao-assistida","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/ivi.pt\/blog\/set-mae-e-bebe-saudaveis-objetivo-da-reproducao-assistida\/","title":{"rendered":"SET: M\u00e3e e beb\u00e9 saud\u00e1veis, objetivo da reprodu\u00e7\u00e3o assistida"},"content":{"rendered":"
\u00c9 frequente vermos na rua carrinhos de g\u00e9meos, irm\u00e3os g\u00e9meos ou g\u00e9meos id\u00eanticos (ou nem por isso) de diferentes idades… O n\u00famero de gravidezes m\u00faltiplas aumentou progressivamente nos \u00faltimos anos, o que costuma ser associado ao uso de t\u00e9cnicas de reprodu\u00e7\u00e3o assistida.<\/p>\n
S\u00e3o v\u00e1rias as evid\u00eancias que mostram a import\u00e2ncia de se optar pela transfer\u00eancia de um \u00fanico embri\u00e3o (SET) e reduzir ao m\u00e1ximo as gravidezes m\u00faltiplas, mas a taxa atual de gravidez gemelar em rela\u00e7\u00e3o a um tratamento reprodutivo ronda os 20%.<\/p>\n
\u201cCientes desta situa\u00e7\u00e3o e em sintonia com o conhecimento cient\u00edfico, a pol\u00edtica atual do IVI \u00e9 optar sempre que poss\u00edvel pela transfer\u00eancia de um \u00fanico embri\u00e3o e isto reflete-se nos nossos dados. A SET passou de 22%, em 2009, para 88%, em 2018, nas cl\u00ednicas IVI espalhadas por todo o territ\u00f3rio espanhol, o que representa uma redu\u00e7\u00e3o de 75% nesta \u00faltima d\u00e9cada. A implementa\u00e7\u00e3o desta estrat\u00e9gia em quase 100% dos nossos tratamentos deve-se ao facto de conhecermos melhor os mecanismos que regulam a recetividade endometrial, a t\u00e9cnicas como o Timelapse<\/em>, que permite ver a evolu\u00e7\u00e3o do embri\u00e3o ou a melhorias na sele\u00e7\u00e3o embrion\u00e1ria gra\u00e7as ao diagn\u00f3stico gen\u00e9tico pr\u00e9-implantacional, para descartar embri\u00f5es com anomalias cromoss\u00f3micas. Isto tudo complementado pelo trabalho educacional tanto dos profissionais m\u00e9dicos como da popula\u00e7\u00e3o, para que se entenda que a gravidez m\u00faltipla n\u00e3o \u00e9 um objetivo a alcan\u00e7ar, mas antes uma complica\u00e7\u00e3o a evitar\u201d, comenta o Dr. Agust\u00edn Ballesteros, diretor do IVI Barcelona, Lleida e Girona.<\/p>\n Atualmente, 1 em cada 80 gravidezes espont\u00e2neas \u00e9 gemelar e, no caso de mulheres e casais que optam pela medicina reprodutiva, o r\u00e1cio diminui para 1 em cada 4, deixando clara a necessidade de fazer face a uma realidade t\u00e3o pouco vantajosa como esta.<\/p>\n \u201cDe acordo com dados da Sociedade Espanhola de Fertilidade (SEF), a transfer\u00eancia de dois embri\u00f5es diminuiu de 72%, em 2012, para 56%, em 2016, ao passo que a transfer\u00eancia de um \u00fanico embri\u00e3o aumentou de 20% para 42%. Estamos no caminho certo, no entanto, a efic\u00e1cia reprodutiva em seres humanos \u00e9 muito baixa e essa circunst\u00e2ncia pode piorar com o aumento da idade materna no momento da primeira gravidez. Este adiamento da maternidade implica um aumento na procura de tratamentos de reprodu\u00e7\u00e3o assistida. As mulheres e os casais com problemas reprodutivos optam frequentemente por pedir ao seu especialista para transferir mais de um embri\u00e3o, convencidos de que assim ter\u00e3o mais hip\u00f3teses de conseguir uma gravidez a termo. No entanto, os resultados publicados em diferentes estudos indicam que n\u00e3o h\u00e1 diferen\u00e7as na taxa de gravidez acumulada com um \u00fanico embri\u00e3o comparativamente com a taxa de gravidez cl\u00ednica quando se transferem dois, tanto em ciclos com g\u00e2metas pr\u00f3prios como de doa\u00e7\u00e3o, a que se somam os riscos que representam as transfer\u00eancias m\u00faltiplas quer para a m\u00e3e quer para o beb\u00e9\u201d, refere o Dr. Ballesteros.<\/p>\n As principais complica\u00e7\u00f5es associadas \u00e0s gravidezes m\u00faltiplas que podem afetar a m\u00e3e s\u00e3o: maior propor\u00e7\u00e3o de cesarianas, hipertens\u00e3o, rutura prematura de membranas, amea\u00e7a de parto prematuro ou uma maior incid\u00eancia de hemorragias p\u00f3s-parto.<\/p>\n No que respeita ao rec\u00e9m-nascido, a gravidez m\u00faltipla pode ser acompanhada de prematuridade (algo muito frequente neste tipo de gravidez), defeitos cong\u00e9nitos, atraso no crescimento intrauterino, baixo peso \u00e0 nascen\u00e7a ou at\u00e9 mortalidade perinatal.<\/p>\n O principal objetivo dos tratamentos de reprodu\u00e7\u00e3o assistida \u00e9 ter rec\u00e9m-nascidos vivos saud\u00e1veis e que estes tratamentos n\u00e3o representem um risco para a m\u00e3e.<\/p>\n \u201cPartindo dessa base, e embora a transfer\u00eancia seletiva de um \u00fanico embri\u00e3o n\u00e3o seja atualmente uma pr\u00e1tica padr\u00e3o em todos os centros de reprodu\u00e7\u00e3o assistida, a verdade \u00e9 que, em Espanha, em 3,5% dos casos est\u00e1-se a transferir tr\u00eas embri\u00f5es e em 65%, dois embri\u00f5es. Estes dados s\u00e3o menos acentuados nos casos de doa\u00e7\u00e3o de g\u00e2metas, embora a transfer\u00eancia de dois embri\u00f5es ainda seja a pr\u00e1tica mais comum. \u00c9 portanto necess\u00e1rio, tal como j\u00e1 referimos, definir pol\u00edticas para reverter essa situa\u00e7\u00e3o\u201d, conclui o Dr. Ballesteros.<\/p>\nComplica\u00e7\u00f5es associadas \u00e0s gravidezes m\u00faltiplas<\/strong><\/h2>\n