A sexualidade da gr\u00e1vida \u00e9 um mundo complexo e misterioso. Ciente da sua fertilidade, a gr\u00e1vida, pode espalhar sensualidade e viver a sua sexualidade em pleno, ou pode, pelo contr\u00e1rio, abaf\u00e1-la com o\u00a0prop\u00f3sito de dedicar-se apenas \u00e0 maternidade. Ter ou n\u00e3o sexo na gravidez \u00e9 uma das perguntas frequentes na consulta de obstetr\u00edcia.<\/p>\n
Fatores biol\u00f3gicos, emocionais e culturais podem influenciar a sexualidade durante a gravidez. Exemplos de fatores biol\u00f3gicos ser\u00e3o a forma como a gr\u00e1vida responde ao clima hormonal que se instala. Constrangimentos relacionados com a pr\u00f3pria evolu\u00e7\u00e3o da gravidez, tais como situa\u00e7\u00f5es de risco, ou ainda limita\u00e7\u00f5es f\u00edsicas reais (como a diminui\u00e7\u00e3o da mobilidade ou sensa\u00e7\u00e3o de peso) ou, misturados com fatores emocionais, as inibi\u00e7\u00f5es criadas pela gr\u00e1vida relativamente \u00e0 imagem que tem de si pr\u00f3pria.<\/p>\n
Existem muitos receios e muitos mitos associados \u00e0 sexualidade na gravidez. Quantas vezes no final da consulta de obstetr\u00edcia surge a quest\u00e3o: “Dr. podemos ter rela\u00e7\u00f5es sexuais?”. O\u00a0que deve\u00a0pensar \u00e9 que se o casal se sente bem, o beb\u00e9 tamb\u00e9m se sentir\u00e1. Por\u00e9m, haver\u00e1 algumas circunst\u00e2ncias em que se imp\u00f5e definir algumas limita\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
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\u00c9 quase cl\u00e1ssico afirmar-se que enquanto o primeiro trimestre \u00e9 uma travessia do deserto em termos de atividade sexual, o segundo ser\u00e1 o redespertar para os prazeres da vida, e o terceiro, a maior parte das vezes, cursa algum desinteresse. Estudos mostram que na maior parte das vezes a atividade sexual vai diminuindo ao longo da gravidez. De facto, os casais relatam uma diminui\u00e7\u00e3o real da sua atividade nesta fase, porque outros valores (receios) se levantam.<\/p>\n
Frequentemente os casais manifestam preocupa\u00e7\u00e3o com a seguran\u00e7a da evolu\u00e7\u00e3o da gravidez. Receiam o aumento do risco de aborto, de parto pr\u00e9-termos (antes das 37 semanas) ou que cause dano ao feto.<\/p>\n
N\u00e3o parece haver rela\u00e7\u00e3o entre a frequ\u00eancia da atividade sexual e os risco de aborto ou de parto pr\u00e9-termo, se n\u00e3o existir concomitantemente infe\u00e7\u00e3o genital. No entanto, se houver risco pr\u00e9vio para essas situa\u00e7\u00f5es, como hist\u00f3ria anterior de parto pr\u00e9-termo, gravidez gemelar ou incompet\u00eancia cervical, mesmo sem provas irrefut\u00e1veis de que a rela\u00e7\u00e3o sexual seja uma agravante nestes quadros, ser\u00e1 melhor suspend\u00ea-la.<\/p>\n
Nos casos de gravidezes conseguidas por meio de procria\u00e7\u00e3o medicamente assistida<\/a>, ser\u00e1 permitido manter as rela\u00e7\u00f5es sexuais? Desde que n\u00e3o haja fatores de riscos identificados, teoricamente n\u00e3o ser\u00e1 o sexo que colocar\u00e1 maiores riscos \u00e0 gravidez. Por\u00e9m, do ponto de vista emocional, uma gravidez alcan\u00e7ada por meio da PMA como envolve, na maior parte das vezes, \u00a0maior esfor\u00e7o, faz com que os casais optem pelo celibato durante algum tempo. A convi\u00e7\u00e3o que existe uma fronteira de seguran\u00e7a \u00e0s 12 semanas leva a que, muitas vezes, os casais n\u00e3o corram o que entendem como riscos at\u00e9 essa data.<\/p>\n A placenta pr\u00e9via \u00e9 aquela que se insere sobre o orif\u00edcio interno do colo do \u00fatero. O receio neste tipo de casos \u00e9 que a placenta possa ter um descolamento. E consequentemente hemorragia quando h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o sexual e o colo se move um pouco. Embora n\u00e3o existam estudos que confirmem esta teoria, o bom senso nestes casos contraindica a rela\u00e7\u00e3o sexual.<\/p>\n Outra situa\u00e7\u00e3o em que se\u00a0desaconselha o sexo quando h\u00e1\u00a0hemorragia vaginal ativa, mesmo sem coexist\u00eancia de placenta pr\u00e9via.<\/p>\n Apesar de haverem estudos contradit\u00f3rios, as prostaglandinas, que se associam ao trabalho de parto e que existem no colo do \u00fatero e no esperma. Com a rela\u00e7\u00e3o sexual e os movimentos transmitidos ao colo, esta liberta maior quantidade dessas subst\u00e2ncias que, somadas \u00e0s do esperma, acabam por ter, uma concentra\u00e7\u00e3o superior \u00e0s normal.<\/p>\n Por outro lado, o toque nos mamilos pode desencadear a\u00a0liberta\u00e7\u00e3o de ocitocina, uma hormona hipofis\u00e1ria associada \u00e0 contratilidade uterina.<\/p>\n No entanto, para que estas subat\u00e2ncias tenham efeito, \u00e9 preciso atuarem sobre recetores que existem no \u00fatero. Esta quantidade vai aumentando ao longo da gravidez. Ou seja, pode largar-se uma bomba de prostaglandinas no \u00fatero, mas s\u00f3 quando ele tiver recetores suficientes \u00e9 que o trabalho de parto pode ser desencadeado. Assim, s\u00f3 perto do termo da gravidez existir\u00e3o condi\u00e7\u00f5es\u00a0para que ocorra algo parecido com uma indu\u00e7\u00e3o do trabalho de parto pela rela\u00e7\u00e3o sexual.<\/p>\n Sexo \u00e9 quase sempre seguro…. e \u00e9 bom! As\u00a0endorfinas, subst\u00e2ncias que proporcionam bem-estar e que passam para a placenta, deixam o feto satisfeito.<\/p>\n Este texto foi adaptado do livro “D\u00favidas na Gravidez”. Este guia foi editado pelo IVI em colabora\u00e7\u00e3o com os ginecologistas e obstetras membros do Club IVIP. \u00a0O cap\u00edtulo sobre sexualidade foi escrito pela Dra. Marcela Forjaz.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"A sexualidade da gr\u00e1vida \u00e9 um mundo complexo e misterioso. Ciente da sua fertilidade, a gr\u00e1vida, pode espalhar sensualidade e viver a sua sexualidade em pleno, ou pode, pelo contr\u00e1rio, abaf\u00e1-la com o\u00a0prop\u00f3sito de dedicar-se apenas \u00e0 maternidade. Ter ou n\u00e3o sexo na gravidez \u00e9 uma das perguntas frequentes na consulta de obstetr\u00edcia. Fatores biol\u00f3gicos,… Ver artigo<\/a>","protected":false},"author":12,"featured_media":40872,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[49],"tags":[],"acf":[],"yoast_head":"\nOutros fatores de risco<\/h3>\n
Sexo antes do parto<\/h3>\n