A atual tend\u00eancia de adiar a maternidade exige que\u00a0profissionais da procria\u00e7\u00e3o medicamente assistida se adaptem \u00e0 realidade. A vitrifica\u00e7\u00e3o de ov\u00f3citos \u00e9 a t\u00e9cnica mais habitual quando se adia a gravidez, seja por motivos sociais, seja por problemas oncol\u00f3gicos. Mas a idade em que se decide preservar a fertilidade\u00a0tamb\u00e9m influi.<\/p>\n
A mulher nasce com cerca de um milh\u00e3o de ov\u00f3citos, que se v\u00e3o reduzindo antes da puberdade, at\u00e9 aos 400.000 aproximadamente. Dos quais vai gastanto quase 1.000 em cada ciclo menstrual. \u201cPortanto, a partir dos 35 anos, esta reserva ov\u00e1rica j\u00e1 se encontra perto dos 10 % do total e a qualidade dos \u00f3vulos piora. Deparamo-nos com o facto de uma mulher de 40 anos ter poucos \u00f3vulos\u00a0para engravidar sem falhas reprodutivas ou cromoss\u00f3micas. Os investigadores da Universidade de St. Andrews precisam em 3% a reserva ov\u00e1rica destas mulheres. As contas n\u00e3o falham, n\u00f3s os ginecologistas temos bem claro que a fertilidade da mulher n\u00e3o \u00e9 infinita. S\u00e3o as mulheres que devem ter esta consci\u00eancia. Podem existir gravidezes espont\u00e2neas, sim, mas s\u00e3o muito pouco prov\u00e1veis e al\u00e9m disso com muitos riscos, explica o Prof. Remoh\u00ed.<\/p>\n
A vitrifica\u00e7\u00e3o nasceu como uma esperan\u00e7a para as mulheres que iriam submeter-se a tratamentos oncol\u00f3gicos ou a uma cirurgia de ov\u00e1rios. Apesar de hoje a maioria das mulheres que recorrem a esta t\u00e9cnica fazem-no por motivos sociais. O m\u00e9todo consiste numa \u201ccongela\u00e7\u00e3o\u201d ultrarr\u00e1pida que permite preservar o \u00f3vulo em \u00f3timas condi\u00e7\u00f5es para ser usada quando uma mulher quiser. A t\u00e9cnica aplicada pelos especialistas do IVI, faz com que a taxa de sobreviv\u00eancia destes ov\u00f3citos seja de 90 %.<\/p>\n
\u201cA vitrifica\u00e7\u00e3o \u00e9 um m\u00e9todo simples que revolucionou a criobiologia e se converte na chave de muitas outras t\u00e9cnicas nas nossas cl\u00ednicas. Oferece uma taxa de sucesso elevada e um custo acess\u00edvel. \u00c9 uma decis\u00e3o com muitas mais vantagens que inconvenientes. Se analisarmos o objetivo final (manter quase intactas as possibilidades de ser m\u00e3e) \u00e9 altamente recomend\u00e1vel. \u00c9 uma esperan\u00e7a e uma porta aberta ao controle da mulher sobre o seu tempo, o seu corpo e o seu desejo, ou n\u00e3o, de ser m\u00e3e. \u00c9 o primeiro passo para autonomia reprodutiva feminina\u201d, explica o Dr. Juan Antonio Garc\u00eda-Velasco, diretor do IVI Madrid e orador no 7th International IVI Congress.<\/p>\n
A idade \u00e9 chave para os tratamentos de procria\u00e7\u00e3o medicamente assistida. Converteu-se no fator principal de todos os problemas que apresentam as mulheres e\/ou casais que n\u00e3o conseguem engravidar. \u201cO adiar da maternidade \u00e9 uma realidade. Que as mulheres se encontrem no seu melhor momento social, emocional, psicol\u00f3gico e econ\u00f3mico no final dos 30 anos, \u00e9 outra. Isso a biologia n\u00e3o sabe. Continua a fazer as coisas como sempre fez, e n\u00e3o para nos dizer que a idade \u00f3tima para ter filhos \u00e9 outra. No IVI\u00a0recomendarmos preservar a fertilidade, atrav\u00e9s da vitrifica\u00e7\u00e3o de ov\u00f3citos, quando estes se encontrem, neste momento \u00f3timo. \u00c9 como um seguro de tranquilidade para as mulheres\u201d, refor\u00e7a o professor Jos\u00e9 Remoh\u00ed.<\/p>\n
Embora seja verdade que \u00e9 poss\u00edvel vitrificar ov\u00f3citos em pacientes maiores de 35 anos, as mulheres devem ser conscientes que quanto mais cedo considerem a op\u00e7\u00e3o de vitrificar ov\u00f3citos, mais possibilidades ter\u00e3o de concretizar o desejo reprodutivo no futuro. \u201cHoje em dia, no IVI dispomos de programas de criopreserva\u00e7\u00e3o muito eficazes e seguros. Mas a idade \u00e9 chave. Preservar entre os 25 e os 35 anos \u00e9 o \u00f3timo. Enquanto a sobreviv\u00eancia do ov\u00f3cito \u00e9 semelhante, as taxas de sucesso da gravidez diminuem quando os \u00f3vulos foram vitrificados numa idade mais avan\u00e7ada. \u00c9 tal e qual o que ocorre com os \u00f3vulos a fresco\u201d, explica a Dra. Ana Cobo, diretora da Unidade de Criopreserva\u00e7\u00e3o do IVI Val\u00eancia.<\/p>\n
Atualmente\u00a0recorrer-se maioritariamente \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o do potencial reprodutivo por motivos sociais. No entanto, a vitrifica\u00e7\u00e3o para preservar a fertilidade tem origem nos\u00a0processo oncol\u00f3gico. Neste sentido, o 7th International IVI Congress serviu para apresentar os \u00faltimos avan\u00e7os em pacientes oncol\u00f3gicos infantis. Vinculados \u00e0 taxa de sobreviv\u00eancia, a comunidade cientifica trabalha para evitar ou diminuir os efeitos secund\u00e1rios dos tratamentos oncol\u00f3gicos no futuro desses pacientes. Nos casos estudados at\u00e9 ao momento apresentam maior taxa e sucesso nas raparigas do que nos rapazes. \u201cPara este perfil, a t\u00e9cnica mais usada \u00e9 a congela\u00e7\u00e3o do tecido ov\u00e1rico. J\u00e1 se conseguiram nascimentos em m\u00e3es que tiveram cancro na sua etapa infantil e preservaram a fertilidade\u201d, conclui Dr. Juan Antonio Garc\u00eda Velasco. \t<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"A atual tend\u00eancia de adiar a maternidade exige que\u00a0profissionais da procria\u00e7\u00e3o medicamente assistida se adaptem \u00e0 realidade. A vitrifica\u00e7\u00e3o de ov\u00f3citos \u00e9 a t\u00e9cnica mais habitual quando se adia a gravidez, seja por motivos sociais, seja por problemas oncol\u00f3gicos. Mas a idade em que se decide preservar a fertilidade\u00a0tamb\u00e9m influi. A mulher nasce com cerca… Ver artigo<\/a>","protected":false},"author":12,"featured_media":40309,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[15],"tags":[],"acf":[],"yoast_head":"\n