As doen\u00e7as oncol\u00f3gicas s\u00e3o, depois das doen\u00e7as cardiovasculares, a segunda principal causa de morte em Portugal. De acordo com o registo oncol\u00f3gico de 2010, estima-se que aproximadamente 8.653 mulheres, em Portugal, foram diagnosticadas com tumores malignos s\u00f3 nesse ano. Os avan\u00e7os ao n\u00edvel da preven\u00e7\u00e3o, dete\u00e7\u00e3o precoce e tratamento, permitem a estas utentes viver por longos per\u00edodos de tempo, e assim, quest\u00f5es como a qualidade de vida e a preserva\u00e7\u00e3o da fertilidade, tornaram-se cada vez mais importantes para as sobreviventes em idade reprodutiva.<\/p>\n
A preserva\u00e7\u00e3o da fertilidade para os homens, atrav\u00e9s da criopreserva\u00e7\u00e3o de esperma est\u00e1 dispon\u00edvel h\u00e1 muitos anos, no entanto n\u00e3o existe, at\u00e9 \u00e0 data, nenhuma t\u00e9cnica an\u00e1loga, n\u00e3o invasiva, dispon\u00edvel para as mulheres.<\/p>\n
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Existem essencialmente tr\u00eas poss\u00edveis op\u00e7\u00f5es para a preserva\u00e7\u00e3o da fertilidade feminina. A criopreserva\u00e7\u00e3o de embri\u00f5es \u00e9 uma delas.<\/strong> Relativamente a esta op\u00e7\u00e3o, e no caso espec\u00edfico de utentes com doen\u00e7as oncol\u00f3gicas \u00e9 preciso ter em conta que poder\u00e1 haver um atraso de 2 a 5 semanas no tratamento da doen\u00e7a por causa da estimula\u00e7\u00e3o ov\u00e1rica, requerida para a fertiliza\u00e7\u00e3o in vitro<\/em>. \u00c9 preciso considerar tamb\u00e9m que certos tipos de cancro, como alguns tipos de cancro da mama, ov\u00e1rio e endom\u00e9trio (cancros estrog\u00e9nio-dependentes) podem invalidar a possibilidade da realiza\u00e7\u00e3o de uma estimula\u00e7\u00e3o sob risco de induzir a prolifera\u00e7\u00e3o das c\u00e9lulas cancer\u00edgenas. As outras implica\u00e7\u00f5es desta op\u00e7\u00e3o s\u00e3o a exig\u00eancia de um parceiro masculino ou vontade de usar esperma de um dador para a obten\u00e7\u00e3o de embri\u00f5es; a idade das pacientes (n\u00e3o \u00e9 aplic\u00e1vel a raparigas pr\u00e9 p\u00faberes); as quest\u00f5es legais sobre os embri\u00f5es em caso de separa\u00e7\u00e3o ou morte de um dos c\u00f4njuges e, todas as quest\u00f5es \u00e9ticas, morais e religiosas que esta t\u00e9cnica envolve. Outra das op\u00e7\u00f5es \u00e9 a criopreserva\u00e7\u00e3o de tecido ov\u00e1rico<\/strong>, esta op\u00e7\u00e3o tem a vantagem de n\u00e3o necessitar de qualquer estimula\u00e7\u00e3o ov\u00e1rica, e consequentemente n\u00e3o implicar o atraso no in\u00edcio da terap\u00eautica anti-neopl\u00e1sica.<\/strong> Para al\u00e9m disso, pode ser aplicada a mulheres das mais diversas idades (pr\u00e9-p\u00faberes, adolescentes e adultas) e n\u00e3o implica a exist\u00eancia de um parceiro. Contudo, dois fatores limitantes deste procedimento s\u00e3o o facto de implicar a realiza\u00e7\u00e3o de uma pequena cirurgia (laparoscopia) e de comportar o risco de retransmiss\u00e3o da doen\u00e7a devido \u00e0 presen\u00e7a de c\u00e9lulas neopl\u00e1sicas no tecido. Por \u00faltimo, a criopreserva\u00e7\u00e3o de ov\u00f3citos \u00e9 a op\u00e7\u00e3o que fornece os meios mais eficazes para assegurar a autonomia reprodutiva de uma paciente, ao contr\u00e1rio do que acontece com a criopreserva\u00e7\u00e3o de embri\u00f5es. <\/strong>Esta op\u00e7\u00e3o exige tamb\u00e9m a realiza\u00e7\u00e3o de uma estimula\u00e7\u00e3o ov\u00e1rica com vista \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de ov\u00f3citos maduros. A criopreserva\u00e7\u00e3o de embri\u00f5es e ov\u00f3citos t\u00eam taxas de sucesso (gravidez) equipar\u00e1veis, sendo que a criopreserva\u00e7\u00e3o de ov\u00f3citos tem tamb\u00e9m a vantagem de evitar os dilemas \u00e9ticos e religiosos associados \u00e0 criopreserva\u00e7\u00e3o de embri\u00f5es.<\/p>\n <\/p>\n Urge a necessidade de m\u00e9dicos de cuidados prim\u00e1rios e oncologistas serem informados e sensibilizados para a quest\u00e3o de preserva\u00e7\u00e3o a fertilidade de forma a prevenir perdas de tempo valioso e permitir o encaminhamento destas utentes para centros de reprodu\u00e7\u00e3o medicamente assistida.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"As doen\u00e7as oncol\u00f3gicas s\u00e3o, depois das doen\u00e7as cardiovasculares, a segunda principal causa de morte em Portugal. De acordo com o registo oncol\u00f3gico de 2010, estima-se que aproximadamente 8.653 mulheres, em Portugal, foram diagnosticadas com tumores malignos s\u00f3 nesse ano. Os avan\u00e7os ao n\u00edvel da preven\u00e7\u00e3o, dete\u00e7\u00e3o precoce e tratamento, permitem a estas utentes viver por… Ver artigo<\/a>","protected":false},"author":12,"featured_media":24331,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[17],"tags":[52],"acf":[],"yoast_head":"\n\u00c9 urgente uma divulga\u00e7\u00e3o deste tema junto de especialistas e doentes<\/strong><\/h2>\n