(In) Fertilidade<\/a>.<\/strong><\/p>\nA (In)fertilidade representa uma \u201ccrise\u201d com consequ\u00eancias f\u00edsicas, ps\u00edquicas, emocionais e s\u00f3cio culturais para todo o casal conduzindo a sentimentos de raiva, ansiedade, frustra\u00e7\u00e3o, dor e revolta (Barros, 2000; Cunha, 2012; Ricardo & Okazani, 2010; Silva et al, 2012).<\/p>\n
Desta forma e para que os profissionais de sa\u00fade que exercem fun\u00e7\u00f5es nesta \u00e1rea sejam capazes de lidar diariamente com esta realidade, \u00e9 fundamental recorrer a recursos humanos fidedignos, acess\u00edveis e recorr\u00edveis como seja a Esperan\u00e7a<\/strong>.<\/p>\nA esperan\u00e7a \u00e9 uma virtude e uma necessidade espiritual por ser um requisito ontol\u00f3gico do Homem. Ningu\u00e9m faria nada se n\u00e3o tivesse a esperan\u00e7a de o concretizar eficazmente. Sem esperan\u00e7a, o Homem viveria em completa in\u00e9rcia e n\u00e3o seria capaz de encontrar o sentido para a vida (Oliveira, 2003).<\/p>\n
A esperan\u00e7a corresponde a um processo em que as pessoas perseguem ativamente os seus objetivos<\/strong> sendo composta por tr\u00eas elementos: objetivos, meios e ag\u00eancia. No comportamento humano, os meios de pensamento permitem que a pessoa percecione a sua capacidade para produzir caminhos produtivos; a ag\u00eancia reflete-se nos pensamentos que as pessoas disp\u00f5em para come\u00e7ar e continuar os meios selecionados para o culminar dos objetivos; e os objetivos pretendidos s\u00e3o o motor de todo o processo e justificam o porqu\u00ea do trajeto refletido na ess\u00eancia e particularidade de cada pessoa. Todos estes elementos funcionam num s\u00f3 e influenciam-se reciprocamente (Snyder, 1994).<\/p>\nOs benef\u00edcios desta virtude humana s\u00e3o diversos, nomeadamente: i) as pessoas com elevada esperan\u00e7a em compara\u00e7\u00e3o com as de menor esperan\u00e7a empenham-se mais em atividades saud\u00e1veis, como seja a pr\u00e1tica de exerc\u00edcio f\u00edsico; ii) o estado de sa\u00fade f\u00edsico melhorado est\u00e1 associado a n\u00edveis elevados de esperan\u00e7a e que conduzem a um ajustamento psicol\u00f3gico; iii) a elevada esperan\u00e7a est\u00e1 correlacionada, positivamente, com uma performance acad\u00e9mica e atl\u00e9tica melhorada (Snyder, Feldman, Shorey & Rand, 2002).<\/p>\n
Na \u00e1rea da sa\u00fade psicol\u00f3gica, Snyder e colaboradores (2002) assinalam ainda que a presen\u00e7a da esperan\u00e7a tamb\u00e9m tem os seus benef\u00edcios. Referem que a elevada esperan\u00e7a se correlaciona positivamente com as emo\u00e7\u00f5es positivas e negativamente com as emo\u00e7\u00f5es negativas; e que a elevada esperan\u00e7a se interliga com um bom ajustamento psicol\u00f3gico porque a pessoa com elevada esperan\u00e7a consegue apoiar-se no benef\u00edcio do feedback<\/em> de qualquer experi\u00eancia, para aprender e evoluir e n\u00e3o recair em rumina\u00e7\u00f5es.<\/p>\nTamb\u00e9m na sa\u00fade f\u00edsica, esta virtude humana parece ter repercuss\u00f5es importantes, inclusivamente quer na preven\u00e7\u00e3o prim\u00e1ria, atitudes proativas para evitar que a doen\u00e7a apare\u00e7a e assim na redu\u00e7\u00e3o dos riscos de sa\u00fade, quer na preven\u00e7\u00e3o secund\u00e1ria das doen\u00e7as, medidas acionadas quando a doen\u00e7a esteve presente e se pretende evitar uma reca\u00edda (Snyder, 2009).<\/p>\n
Dada a complexidade subjacente \u00e0 praxis do cuidar em (in) fertilidade e simultaneamente \u00e0 capacidade que o profissional tem que transparecer de lideran\u00e7a, empatia, comunica\u00e7\u00e3o e sensibilidade junto dos casais, a Esperan\u00e7a revela-se uma ferramenta crucial na sua di\u00e1ria profissional.<\/p>\n
N\u00e3o s\u00f3 a Esperan\u00e7a se revela como fundamental como inere car\u00e1cter acess\u00edvel e recorr\u00edvel para qualquer profissional de sa\u00fade. Todos n\u00f3s necessitamos de Esperan\u00e7a para a pr\u00e1tica de um cuidar mais personalizado e humano!<\/strong><\/p>\nArtigo escrito pela Enf. Joana Freitas<\/strong><\/p>\nIVI Faro<\/strong><\/p>\n <\/p>\n
Refer\u00eancias Bibliogr\u00e1ficas:<\/strong><\/p>\nBarros, S.M.O. (2000). A Enfermagem e a Reprodu\u00e7\u00e3o Humana. Acta Paul Enf,<\/em> 13<\/em>(1): 207-213.<\/p>\nCunha, C.F. (2012). Viv\u00eancias de um casal inf\u00e9rtil. <\/em>(Tese de Mestrado). Ponte de Lima: Universidade Fernando Pessoa.<\/p>\nOliveira, J.B. (2003). Esperan\u00e7a: Natureza e avalia\u00e7\u00e3o (proposta de uma nova escala). Psicologia, Educa\u00e7\u00e3o e Cultura, 7<\/em>(1): 83-106.<\/p>\nRicardo, A.T. & Okazaki, E. L. E. J. (2010). Atua\u00e7\u00e3o do Enfermeiro em Reprodu\u00e7\u00e3o assistida. Rev Enferm UNISA, 11<\/em>(1): 38-42.<\/p>\nSilva, I.R.V.; Ferreira, A.M.N.S.; Brito, M.A.F.; Dias, N.M.B. & Henriques, C.M.G. (2012). As viv\u00eancias da mulher inf\u00e9rtil. Revista de Enfermagem Refer\u00eancia, III<\/em>(8): 181-189.<\/p>\nSnyder, C.R.; Feldman, D.B.; Shorey, H.S. & Rand, K.L.(2002). Hopeful choices: A school counselor\u00b4s guide to hope theory. Professional School Counseling, 5<\/em>(5): 298-308.<\/p>\nSnyder, C.R. (1994). The psychology of hope: You can get there from here. <\/em>New York: Free Press.<\/p>\nSnyder, C.R. (2009). Hope theory: Rainbows in the Mind. Psychological Inquiry: An <\/em><\/p>\ninternational journal of advancement of psychological theory, 13<\/em>(4): 249-275. doi:<\/p>\n10.1207\/S15327965PLI1304 01<\/p>\n
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