{"id":109627,"date":"2023-04-24T12:17:19","date_gmt":"2023-04-24T12:17:19","guid":{"rendered":"https:\/\/ivi.pt\/?p=109627"},"modified":"2023-04-24T12:25:57","modified_gmt":"2023-04-24T12:25:57","slug":"embrioes-artificiais","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/ivi.pt\/blog\/embrioes-artificiais\/","title":{"rendered":"Embri\u00f5es gerados sem \u00f3vulos, espermatozoides ou \u00fatero abrem a porta a uma revolu\u00e7\u00e3o no transplante de tecidos e \u00f3rg\u00e3os"},"content":{"rendered":"
E se no futuro se pudessem criar tecidos e \u00f3rg\u00e3os<\/strong> que servissem para ser usados em transplantes humanos<\/strong>? As \u00faltimas descobertas em medicina da reprodu\u00e7\u00e3o podem ser a chave para que isso seja poss\u00edvel<\/strong>, tal como foi apresentado no \u00faltimo s\u00e1bado no 10\u00ba Congresso IVIRMA<\/strong>, realizado em M\u00e1laga.<\/p>\n O blog conversou com a equipa de investiga\u00e7\u00e3o do Dr. Jacob Hanna<\/strong>, do Departamento de Gen\u00e9tica Molecular do Instituto Weizmann de Ci\u00eancia<\/strong> (Israel) que cultivou um modelo de embri\u00e3o sint\u00e9tico apenas a partir de c\u00e9lulas estaminais de ratos que tinham sido cultivadas durante anos numa placa de Petri (recipiente de vidro ou pl\u00e1stico), dispensando a necessidade de se separar de um \u00f3vulo fertilizado.<\/p>\n Antes de colocar estas c\u00e9lulas no dispositivo, dividiram-nas em 3 grupos: um grupo em \u00a0que estas c\u00e9lulas foram \u00a0deixadas tal como estavam e outros dois grupos em que estas foram pr\u00e9-tratadas para dar origem a tecidos extraembrion\u00e1rios. Quando misturados ao dispositivo, 0,5% formaram esferas que se tornaram uma estrutura semelhante a um embri\u00e3o.<\/p>\n Posteriormente investigadores puderam observar a placenta e os sacos vitelinos a formarem-se fora dos embri\u00f5es e desenvolvendo o modelo sint\u00e9tico como num embri\u00e3o natural.<\/p>\n Quando comparados com embri\u00f5es naturais de ratinhos, os modelos sint\u00e9ticos mostraram 95% de semelhan\u00e7a tanto na forma das estruturas internas como nos padr\u00f5es de express\u00e3o gen\u00e9tica dos diferentes tipos de c\u00e9lulas. Os \u00f3rg\u00e3os vistos nos modelos mostraram todos os ind\u00edcios de serem funcionais.<\/p>\n O objetivo mais realista a longo prazo \u00e9 estudar a forma como as c\u00e9lulas estaminais formam v\u00e1rios \u00f3rg\u00e3os no embri\u00e3o em desenvolvimento, a fim de abrir novos horizontes terap\u00eauticos na transplanta\u00e7\u00e3o de \u00f3rg\u00e3os<\/strong>. Mas para alcan\u00e7ar esta possibilidade \u00e9 necess\u00e1rio compreender os seus mecanismos de reprograma\u00e7\u00e3o e diferencia\u00e7\u00e3o<\/strong>, observando estas transi\u00e7\u00f5es de c\u00e9lulas estaminais durante a embriog\u00e9nese e organog\u00e9nese, al\u00e9m de estudar o grau de equival\u00eancia das c\u00e9lulas in vitro<\/em> com as in vivo<\/em>. O projeto pode ainda contribuir para simplificar o debate \u00e9tico da experimenta\u00e7\u00e3o com embri\u00f5es naturais, al\u00e9m de reduzir os testes laboratoriais em animais<\/strong>.<\/p>\n O pr\u00f3ximo desafio \u00e9 entender como as c\u00e9lulas-m\u00e3e sabem o que fazer: como elas se transformam em \u00f3rg\u00e3os e encontram seu caminho para os lugares que lhes foram atribu\u00eddos dentro de um embri\u00e3o. E porque este sistema, ao contr\u00e1rio de um \u00fatero, \u00e9 transparente, pode revelar-se \u00fatil para modelar defeitos cong\u00e9nitos e implantar embri\u00f5es humanos.<\/p>\nComo \u00e9 poss\u00edvel gerar embri\u00f5es artificiais?<\/strong><\/h2>\n
95% de semelhan\u00e7a com embri\u00f5es naturais<\/strong><\/h2>\n
Um leque de possibilidades para os transplantes do futuro <\/strong><\/h2>\n
Pr\u00f3ximo desafio <\/strong><\/h2>\n