{"id":109509,"date":"2023-02-28T19:24:03","date_gmt":"2023-02-28T19:24:03","guid":{"rendered":"https:\/\/ivi.pt\/?p=109509"},"modified":"2023-02-28T19:24:03","modified_gmt":"2023-02-28T19:24:03","slug":"ter-cancro-nao-significa-abdicar-do-sonho-da-maternidade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/ivi.pt\/blog\/ter-cancro-nao-significa-abdicar-do-sonho-da-maternidade\/","title":{"rendered":"Ter cancro n\u00e3o significa abdicar do sonho da maternidade"},"content":{"rendered":"
Fazer planos para o futuro e n\u00e3o abdicar dos sonhos projetados, incluindo os da maternidade, deve fazer parte do processo de tratamento de todas as mulheres que travam a batalha contra o cancro. Em fevereiro, assinala-se o Dia Mundial do Cancro e o blog conversou com a Dra. Catarina Godinho<\/strong>, ginecologista e especialista em medicina da reprodu\u00e7\u00e3o do IVI Lisboa<\/strong> que deixa uma mensagem de esperan\u00e7a para as mulheres que enfrentam a doen\u00e7a<\/strong>, para que n\u00e3o desistam<\/strong> e para que se informem sobre <\/strong>todas as formas que existem atualmente para preservar a fertilidade.<\/strong><\/p>\n \u00c9 essencial que, no momento traum\u00e1tico do diagn\u00f3stico, o doente receba informa\u00e7\u00e3o m\u00e9dica rigorosa e completa, que tenha em conta os diferentes aspetos e as etapas da vida da mulher, como o seu desejo de ser m\u00e3e, e que tenha em conta as suas necessidades e os seus sonhos. Que nenhuma mulher tenha de abdicar da maternidade por causa do cancro e da falta de informa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Entre as mulheres, o cancro da mama \u00e9 o que tem maior express\u00e3o. Pode afetar uma em cada oito mulheres. No entanto, quando diagnosticado precocemente, tem geralmente um bom progn\u00f3stico. A radioterapia e a quimioterapia<\/strong> aceleram a diminui\u00e7\u00e3o natural da fertilidade<\/strong>, mas a Dra. Catarina Godinho lembra que os m\u00e9dicos podem e devem informar as mulheres sobre formas de preservar a fertilidade.<\/strong><\/p>\n Assegurar que podem ser m\u00e3es mais tarde, tamb\u00e9m acaba por lhes dar for\u00e7a e coragem para enfrentar e vencer a batalha do cancro. Rute Abade \u00e9 um destes exemplos de perseveran\u00e7a<\/strong>. Vencida a batalha contra o cancro da mama, apontou as baterias para outra luta: a de concretizar o sonho da maternidade<\/strong>. \u201cO meu filho \u00e9 um milagre da ci\u00eancia e tamb\u00e9m o resultado da sensibilidade da minha m\u00e9dica, que me informou da possibilidade de vitrificar (congelar) os meus ov\u00f3citos antes da quimioterapia.<\/p>\n Rute tem hoje um menino de dois anos, gra\u00e7as \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o dos seus ov\u00f3citos, feita ap\u00f3s o diagn\u00f3stico de cancro e antes de iniciar os tratamentos. Tinha na altura 35 anos. O diagn\u00f3stico atempado facilitou a cura e a concretiza\u00e7\u00e3o do sonho da maternidade.<\/p>\n A m\u00e3e de Rute foi diagnosticada em 2006 com cancro nos ov\u00e1rios e como j\u00e1 tinham existido outros casos na fam\u00edlia, solicitou a abertura de um estudo gen\u00e9tico no hospital onde era seguida. Este estudo foi inconclusivo mesmo ap\u00f3s a morte da m\u00e3e da Rute em 2009 e apenas em 2012 se confirmou que a Rute, e todas as mulheres da fam\u00edlia do lado materno, tinham uma altera\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica BRCA1, que podia provocar cancro dos ov\u00e1rios e da mama.<\/p>\n \u201cNo primeiro ano em que fiz os exames estava tudo bem, mas um ano depois, durante uma resson\u00e2ncia magn\u00e9tica de rotina, a m\u00e9dica disse-me que tinha um n\u00f3dulo na mama, com o tamanho de um bago de arroz. Fiz uma bi\u00f3psia e deram-me indica\u00e7\u00e3o para dupla mastectomia e quimioterapia\u201d, revela Rute. \u200bAcrescenta que quando soube do diagn\u00f3stico s\u00f3 pensou na cura e foi a m\u00e9dica que a aconselhou a salvaguardar a hip\u00f3tese de ser m\u00e3e. \u201cEstava t\u00e3o focada na doen\u00e7a que n\u00e3o pensei em acautelar o futuro e a maternidade, que estava nos seus planos. Este alerta foi muito importante e fazia todo o sentido. No dia seguinte \u00e0 opera\u00e7\u00e3o iniciei o processo de preserva\u00e7\u00e3o de fertilidade e s\u00f3 depois fiz quimioterapia\u201d, acrescenta.<\/p>\n Tr\u00eas anos depois e uma vez que os m\u00e9dicos que a seguiam em oncologia lhe deram indica\u00e7\u00e3o que estava preparada para dar in\u00edcio ao tratamento de fertilidade, voltou ao IVI e dos 9 ov\u00f3citos que tinha conseguido preservar quando tinha 35 anos, gerou um embri\u00e3o. Embri\u00e3o este que 9 meses depois deu origem ao beb\u00e9 de 2 anos.<\/p>\n Nas cl\u00ednicas IVI<\/strong>, entre 2007 e 2022, mais de 1400 mulheres com diagn\u00f3stico de cancro vitrificaram os seus ov\u00f3citos antes<\/strong> de se submeterem a um tratamento de quimioterapia ou radioterapia<\/strong>. Desde ent\u00e3o, nasceram cerca de seis dezenas de beb\u00e9s, n\u00famero que aumenta todos os anos.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"Fazer planos para o futuro e n\u00e3o abdicar dos sonhos projetados, incluindo os da maternidade, deve fazer parte do processo de tratamento de todas as mulheres que travam a batalha contra o cancro. Em fevereiro, assinala-se o Dia Mundial do Cancro e o blog conversou com a Dra. Catarina Godinho, ginecologista e especialista em medicina… Ver artigo<\/a>","protected":false},"author":35,"featured_media":109510,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[15],"tags":[],"acf":[],"yoast_head":"\nRute e o seu beb\u00e9 milagre<\/h2>\n
Como soube que tinha cancro<\/h2>\n
Programa IVI ser m\u00e3es depois do cancro<\/h2>\n