{"id":107668,"date":"2021-02-02T10:49:22","date_gmt":"2021-02-02T10:49:22","guid":{"rendered":"https:\/\/ivi.pt\/?p=107668"},"modified":"2024-09-23T14:24:05","modified_gmt":"2024-09-23T14:24:05","slug":"doentes-com-grupo-0-e-rh-positivo-podem-ter-maior-protecao-contra-covid-19","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/ivi.pt\/blog\/doentes-com-grupo-0-e-rh-positivo-podem-ter-maior-protecao-contra-covid-19\/","title":{"rendered":"Doentes com Grupo 0 e Rh positivo podem ter maior prote\u00e7\u00e3o contra COVID-19"},"content":{"rendered":"
A atualidade medi\u00e1tica gira em torno do tema que continua a ocupar todos os \u00e2mbitos da nossa vida: a COVID-19. A preocupa\u00e7\u00e3o e a incerteza crescem e, por isso, aumentam o n\u00famero de estudos que procuram dar respostas a quest\u00f5es relacionadas com a doen\u00e7a.<\/p>\n
Um estudo multic\u00eantrico recentemente publicado pelo IVI e apresentado na \u00faltima edi\u00e7\u00e3o da ASRM<\/a> (American Society for Reproductive Medicine), um dos maiores congressos de medicina reprodutiva do mundo, mostra que os doentes com grupo sangu\u00edneo 0 positivo e Rh positivo t\u00eam maior prote\u00e7\u00e3o contra COVID-19.<\/p>\n Nos dados analisados na nossa popula\u00e7\u00e3o no per\u00edodo p\u00f3s-confinamento de maio a junho, com uma amostra de 6.140 pacientes para SARS-CoV-2, constatamos que a incid\u00eancia da doen\u00e7a (entendida como doentes que apresentaram anticorpo positivo, seja IgM ou IgG) foi menor nos doentes do grupo O e que o grupo Rh negativo foi o mais frequente entre os infetados, o que entra em contradi\u00e7\u00e3o com o que havia sido publicado anteriormente\u201d, <\/strong>revela o Dr. Antonio Requena, investigador e Diretor M\u00e9dico do IVI.\u00a0 \u00a0<\/strong><\/p>\n A taxa de seropositivos n\u00e3o variou significativamente com a idade e n\u00e3o foram observadas diferen\u00e7as quanto ao g\u00e9nero ou grupo sangu\u00edneo. No entanto, descobriu-se que indiv\u00edduos Rh negativos tinham um risco ligeiramente maior de infe\u00e7\u00e3o do que indiv\u00edduos Rh positivos. Al\u00e9m disso, nas \u00e1reas de maior preval\u00eancia da doen\u00e7a, o percentual de IgM positivo tamb\u00e9m \u00e9 alto e h\u00e1 maior risco de cont\u00e1gio quando um dos membros do casal j\u00e1 \u00e9 seropositivo.<\/p>\n A ideia de que o grupo sangu\u00edneo pode ter algum valor progn\u00f3stico em rela\u00e7\u00e3o ao COVID-19<\/strong> \u00e9 interessante. Contudo, ainda estejamos numa fase muito inicial, onde \u00e9 urgente determinar primeiro se esta associa\u00e7\u00e3o \u00e9 real.<\/p>\n O que se conhecia previamente?<\/u><\/strong><\/p>\n A primeira indica\u00e7\u00e3o de associa\u00e7\u00e3o entre grupo sangu\u00edneo e Coronav\u00edrus surgiu durante o surto de SARS-CoV em 2002. Os resultados de um primeiro estudo publicado em 2005 indicaram que pacientes com grupo sangu\u00edneo 0 tinham menor risco de infe\u00e7\u00e3o do que os outros grupos.<\/p>\n Quinze anos depois, num artigo n\u00e3o revisto por outros especialistas, cientistas da China relataram uma associa\u00e7\u00e3o semelhante entre o grupo sangu\u00edneo e o SARS-CoV-2: Observou-se que o grupo 0 apresentou menor risco de infe\u00e7\u00e3o pelo COVID-19, enquanto o grupo A apresentou maior risco de cont\u00e1gio.<\/p>\n O estudo conduzido desde ent\u00e3o n\u00e3o produziu resultados consistentes. Em junho, um grupo de cientistas da Europa e Austr\u00e1lia publicou os resultados de um estudo, comparando os genomas de 1.610 pacientes infetados por COVID-19 grave e 2.205 doadores de sangue saud\u00e1veis. Os investigadores descobriram que variantes gen\u00e9ticas em duas regi\u00f5es do genoma humano estavam associadas a um grau severo de doen\u00e7a e a um risco aumentado de mortalidade. Al\u00e9m disso, verificou-se que os indiv\u00edduos do grupo A apresentaram risco at\u00e9 45% maior de desenvolver a doen\u00e7a de forma grave, enquanto os indiv\u00edduos do grupo 0 apresentaram risco 35% menor.<\/strong><\/p>\n Em julho passado, o Dr. Latz e seus colaboradores indicaram que n\u00e3o encontraram nenhuma rela\u00e7\u00e3o entre o grupo sangu\u00edneo e a gravidade da SARS-CoV-2 (Anais de Hematologia). N\u00e3o foi encontrada correla\u00e7\u00e3o significativa entre os dois fatores em indicadores como hospitaliza\u00e7\u00e3o, intuba\u00e7\u00e3o ou \u00f3bito. No entanto, observou-se que indiv\u00edduos Rh positivos tinham maior probabilidade de teste positivo para COVID-19 do que Rh negativos, e que os grupos sangu\u00edneos A ou AB tiveram uma taxa maior de positivos do que o grupo 0.<\/strong><\/p>\n Num estudo publicado em abril e atualizado em julho, n\u00e3o revisto por pares, os resultados coincidem com os do Dr. Latz. Observa-se que indiv\u00edduos Rh positivos e grupo sangu\u00edneo B apresentaram maior taxa de SARS-CoV-2 positivo do que o grupo 0. <\/strong>No entanto, esses dados n\u00e3o mostram associa\u00e7\u00e3o significativa entre grupo sangu\u00edneo e intuba\u00e7\u00e3o e\/ou \u00f3bito entre pacientes com COVID- 19, portanto, segundo o Dr. Latz, no momento, o grupo sangu\u00edneo n\u00e3o deve ser utilizado como fator definitivo para identificar o maior ou menor risco de desenvolver esta doen\u00e7a de forma grave.<\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"A atualidade medi\u00e1tica gira em torno do tema que continua a ocupar todos os \u00e2mbitos da nossa vida: a COVID-19. A preocupa\u00e7\u00e3o e a incerteza crescem e, por isso, aumentam o n\u00famero de estudos que procuram dar respostas a quest\u00f5es relacionadas com a doen\u00e7a. Um estudo multic\u00eantrico recentemente publicado pelo IVI e apresentado na \u00faltima… Ver artigo<\/a>","protected":false},"author":35,"featured_media":107669,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[15,17],"tags":[],"acf":[],"yoast_head":"\nO que se descobriu<\/span>?<\/h4>\n