{"id":107432,"date":"2020-11-17T12:58:03","date_gmt":"2020-11-17T12:58:03","guid":{"rendered":"https:\/\/ivi.pt\/?p=107432"},"modified":"2022-04-12T15:33:16","modified_gmt":"2022-04-12T15:33:16","slug":"guia-pratico-sobre-maternidade-independente","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/ivi.pt\/blog\/guia-pratico-sobre-maternidade-independente\/","title":{"rendered":"Guia pr\u00e1tico sobre maternidade independente"},"content":{"rendered":"
Ser m\u00e3e \u00e9 o sonho de muitas mulheres. Sonho esse agora ao alcance de todas as mulheres em Portugal. A Lei da procria\u00e7\u00e3o medicamente assistida permite a todas as mulheres, independentemente do seu estado civil e orienta\u00e7\u00e3o sexual fazerem tratamentos de fertilidade para terem um filho. Fizemos um passo a passo sobre maternidade independente a pensar em todas elas.<\/p>\n
A mulher dos tempos atuais \u00e9 uma mulher independente, decidida, que estuda e tem acesso ao mercado de trabalho. Esta liberdade d\u00e1-lhe a possibilidade de fazer as suas escolhas. E a ci\u00eancia pode apoiar alguns aspetos desta trajet\u00f3ria feminina. E como? Por exemplo, se uma mulher decide adiar o seu projeto reprodutivo para se poder dedicar \u00e0 sua carreira, pode ir a uma cl\u00ednica de fertilidade e congelar os seus \u00f3vulos<\/a>. Idealmente, deve faz\u00ea-lo at\u00e9 aos 35 anos, idade a partir da qual a fertilidade come\u00e7a a decair. E esta \u00e9 uma forma de pelo menos ter a possibilidade de tentar engravidar mais tarde com os seus pr\u00f3prios \u00f3vulos.<\/p>\n Da mesma maneira, uma mulher que n\u00e3o tem companheiro tamb\u00e9m pode recorrer a uma cl\u00ednica de fertilidade para engravidar atrav\u00e9s de tratamentos com recurso a banco de s\u00e9men.<\/p>\n Decidir ter um filho no contexto de um projeto de maternidade independente \u00e9 uma decis\u00e3o que implica liberdade, coragem, mas muitas vezes, esta decis\u00e3o tamb\u00e9m pode estar associada a alguns medos. Mulheres que sabem o que querem, que se sentem livres para escolher, que s\u00e3o determinadas e se permitem sonhar e reinventar os seus sonhos, s\u00e3o mulheres que tamb\u00e9m t\u00eam medos, mas que escolhem desafi\u00e1-los.<\/p>\n O IVI<\/a> desenvolveu um Guia Pr\u00e1tico para fam\u00edlias Monoparentais<\/a> para apoiar as mulheres que escolhem este caminho, para que se sintam mais seguras, confiantes e acompanhadas.<\/p>\n Os estudos publicados a respeito referem que no processo de toma de decis\u00e3o influem v\u00e1rios fatores: a estabilidade laboral e a estabilidade financeira, um desejo pr\u00e9vio de maternidade cuja satisfa\u00e7\u00e3o se tenha adiado, a n\u00e3o exist\u00eancia de um companheiro com quem partilhar a maternidade e a consci\u00eancia de existir uma idade limite para ser m\u00e3e.<\/p>\n Independentemente do que dizem os artigos cient\u00edficos, o processo de tomada de decis\u00e3o pode n\u00e3o ser f\u00e1cil para as mulheres que est\u00e3o a planear ser m\u00e3es solteiras. Algumas mulheres sentem que sup\u00f5e uma ren\u00fancia a um ideal de emparelhamento e de fam\u00edlia tradicional, e isto pode gerar-lhes certas d\u00favidas e inseguran\u00e7as, por\u00e9m, \u00e9 totalmente normal ter estes sentimentos. Optar pela maternidade em solit\u00e1rio, deve implicar reflex\u00e3o sobre o assunto. O processo de tomada de decis\u00e3o requer tempo. Mas quanto tempo?… Aquele que for necess\u00e1rio. \u00c9 uma decis\u00e3o muito pessoal e cada pessoa tem o seu momento.<\/p>\n Pode acontecer que uma mulher planeie ser m\u00e3e, mas a longo prazo. Neste caso, como referimos anteriormente, podem congelar os \u00f3vulos, e us\u00e1-los noutro momento. Esta op\u00e7\u00e3o \u00e9 uma realidade hoje em dia devido ao avan\u00e7o das t\u00e9cnicas de reprodu\u00e7\u00e3o medicamente assistida.<\/p>\n Devem ter presente que n\u00e3o est\u00e3o sozinhas. O passo de come\u00e7ar a partilhar o planeado com a fam\u00edlia e amigos \u00e9 importante.<\/p>\n Muitas fam\u00edlias que planeiam a maternidade em solit\u00e1rio est\u00e3o convictas da atitude positiva do seu n\u00facleo mais pr\u00f3ximo, outras, podem temer os olhares ou coment\u00e1rios dos outros.<\/p>\n Para abordar este tema vamos distinguir entre o c\u00edrculo mais pr\u00f3ximo e o resto das pessoas.<\/p>\n Este c\u00edrculo provavelmente \u00e9 formado pelas pessoas mais significativas da sua vida, com aquelas que h\u00e1 um v\u00ednculo mais estreito e que far\u00e3o parte da vida do seu futuro filho.<\/p>\n Se houver necessidade de os fazer participantes do processo de decis\u00e3o, fa\u00e7a-o sem nenhum constrangimento. Cada mulher sabe, melhor do que ningu\u00e9m em quem se deve apoiar.<\/p>\n Embora deva ter presente que as d\u00favidas, medos e inquietudes devem ser escutadas e ponderadas, n\u00e3o devem interferir com a decis\u00e3o final, mesmo que n\u00e3o partilhem a sua<\/p>\n maneira de pensar. Outra op\u00e7\u00e3o \u00e9 comunicar uma decis\u00e3o firme a respeito. E neste caso, \u00e9 necess\u00e1rio dar tempo \u00e0s pessoas de aceitarem a decis\u00e3o. Lembre-se que tamb\u00e9m precisou de tempo. E claro, n\u00e3o temer, enfrentar coment\u00e1rios desagrad\u00e1veis ou perguntas inconvenientes. O seu dever como m\u00e3e \u00e9 facilitar este processo a quem tamb\u00e9m vai cuidar do seu filho.<\/p>\n Deve ter sempre presente que, estas pessoas fazem parte do seu \u00e2mbito de vida mais intimo, e t\u00eam uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, pelo que os seus coment\u00e1rios n\u00e3o ser\u00e3o nunca, \u00e0 priori, mal-intencionados.<\/p>\n Devem ser escutados, sem se sentir questionada, dando-lhes um per\u00edodo de reflex\u00e3o necess\u00e1rio para valorizar os pr\u00f3s e os contras deste modelo de fam\u00edlia e poder aconselhar de forma honesta e com o maior dos carinhos os que valorizam que ser\u00e1 o melhor para a sua futura fam\u00edlia.<\/p>\n Aceitar e ajudar o seu n\u00facleo a entender que a maternidade independente por op\u00e7\u00e3o, \u00e9 vital para que o seu filho o viva assim, ser\u00e3o pessoas importantes na sua vida e tamb\u00e9m devem sentir-se seguras e c\u00f3modas para ajudar o crian\u00e7a a interiorizar e aceitar o seu modelo de fam\u00edlia.<\/p>\n No entanto, ao pensar em todo o c\u00edrculo de rela\u00e7\u00f5es e n\u00e3o s\u00f3 no mais pr\u00f3ximo, h\u00e1 que estar preparada para todo o tipo de coment\u00e1rios e responder de um modo seguro.<\/p>\n E pensar sempre que, apesar de ser um modelo de fam\u00edlia em crescimento, ainda faltam alguns anos para estar mais presente na sociedade. Pode ser \u00fatil usar estes coment\u00e1rios em benef\u00edcio pr\u00f3prio e adquirir mais destreza para responder a outros sobre este modelo familiar com serenidade e transpar\u00eancia.<\/p>\n N\u00e3o obstante, s\u00e3o mutas frentes abertas e, \u00e0s vezes, \u00e9 interessante parar um pouco e refletir sobre cada uma delas.<\/p>\n Para isso, pode ser muito positivo, neste momento da tomada de decis\u00e3o, procurar ajuda especializada. Mais ainda se houver um sentimento de bloqueio. Os psic\u00f3logos que trabalham em procria\u00e7\u00e3o medicamente assistida podem ajudar no processo. A unidade de psicologia<\/a> faz parte de uma equipa multidisciplinar e est\u00e1 dispon\u00edvel para ajudar as pacientes para fazer este caminho mais f\u00e1cil. Como? Em muitos aspetos:<\/p>\n Apoiando atrav\u00e9s da experi\u00eancia com outras pacientes, dando outra vis\u00e3o.<\/p>\n Ajuda a explorar sobre o desejo de ser m\u00e3e, o apoio social e familiar, assim como na valoriza\u00e7\u00e3o do planeamento de ser m\u00e3e independente por elei\u00e7\u00e3o como alternativa de fam\u00edlia.<\/p>\n A consulta de psicologia<\/a> \u00e9 um espa\u00e7o para partilhar inquieta\u00e7\u00f5es e medos, sem temer julgamentos. A decis\u00e3o de ser m\u00e3e solteira vai ser e deve ser pr\u00f3pria, ningu\u00e9m vai tomar a decis\u00e3o por si, mas o nosso objetivo \u00e9 que todas as mulheres que iniciem este processo vivam a sua op\u00e7\u00e3o de maternidade com seguran\u00e7a, tranquilidade e entusiasmo.<\/p>\nMaternidade independente<\/strong><\/h2>\n
As mulheres decididas tamb\u00e9m t\u00eam medos<\/strong><\/h3>\n
Guia Pr\u00e1tico para fam\u00edlias Monoparentais<\/strong><\/h3>\n
Maternidade independente, n\u00e3o significa estar sozinha<\/strong><\/h3>\n
O n\u00facleo mais pr\u00f3ximo<\/strong><\/h4>\n
O n\u00facleo menos pr\u00f3ximo<\/strong><\/h4>\n
A import\u00e2ncia da consulta de psicologia neste processo <\/strong><\/h3>\n